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Bastidores do mundo dos negócios

Na XP, investidores e empresas do setor de beleza conversam para construir pontes

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Por Talita Nascimento
Atualização:
Anna Carolina Hirsh, da XP: oportunidades de investimento    Foto: Amanda Augusti/XP

Com apenas duas empresas do setor de beleza listadas na Bolsa, a Natura e a Espaçolaser, as informações do segmento muitas vezes não são exploradas como poderiam pelos investidores. "Os investidores, muitas vezes, não conseguem entender para além da venda direta", diz Anna Carolina Hirsh, sócia responsável pela área de consumo e varejo do Investment Banking da XP. Ela observa que, hoje, os canais pelos quais o consumidor se interessa e compra produtos de beleza se multiplicaram e há muitas oportunidades de investimento, especialmente em empresas que têm propostas adaptadas ao mundo dos influenciadores digitais. "Os catálogos vão continuar, mas de outra forma. Hoje, o consumidor se interessa por um produto por meio de um influenciador digital", diz.

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Ainda que considere que existam muitas oportunidades nessa frente, Hirsh pondera que - como mostram dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) - em 2021, o setor foi severamente afetado pela alta da inflação que demandou um grande esforço para absorver os aumentos de custos, de difícil repasse aos preços finais. Apesar de crescer 3,4% em volume, as vendas apresentaram retração de 5,6%.

No entanto, a expectativa é de crescimento este ano. De acordo com a Euromonitor, em 2022 o mercado brasileiro de beleza e cosméticos deve atingir a casa dos R$ 135 bilhões, um aumento de aproximadamente 9% ante 2021. Já nos próximos 5 anos, a estimativa é de um avanço, em média, de 5% ao ano.

Oportunidades para empresas de capital fechado

Para promover a comunicação entre empresas do segmento e fundos de investimentos, o banco de investimentos da XP realizou um evento com rodas de conversa entre as duas partes. Segundo Henrique Galvani, sócio-gerente de renda variável da XP, as empresas de capital fechado do setor estão começando a entender que conversar com o mercado traz boas oportunidades. A lógica é que companhias menores, mas com potencial de crescimento conseguem fazer isso sozinhas até certo ponto, mas podem ganhar outro patamar ao receber aportes, fazer abertura de capital ou até mesmo adquirir dívidas.

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"Existe desejo de investidores por novas empresas do setor acessando o mercado", diz Galvani. Além disso, ao sentar para conversar com companhias de capital fechado como O Boticário, presente no evento, os investidores também são munidos de informações do setor que os auxiliam em outras decisões.

JustforYou, Skelt, Forever Liss, Botoclinic, Belongbe, Beyoung, Rennova, Sallve, a tradicional Granado, Espacolaser e B4A foram outras empresas que participaram das conversas com os investidores. Não quer dizer que o evento sirva para fechar grandes contratos. Mas, das mesas de conversas surgem novas ideias e possíveis novos interesses, tanto da parte dos investidores quanto das eventuais investidas em algum momento.

À espera de valorização dos ativos

Nos bastidores dos encontros, o que se ouviu foi que há oportunidades de aportes e futuros IPOs entre as empresas participantes. Ao mesmo tempo, o que também se comentou foi que o atual patamar de valor de mercado de companhias como a Natura e a Espaçolaser joga para baixo o preço de empresas do setor. Assim, conversas que acontecem neste momento só devem dar frutos quando os ativos estiverem mais valorizados.

Para o diretor-presidente da Granado, Christopher J. O. Freeman, o evento é importante para conversar sobre dados do setor e observar também o que há de novo. Sissi Freeman, diretora de marketing e vendas da companhia, diz que esse tipo de contato é importante, inclusive, para buscar oportunidades de sinergias com outras empresas, já que a Granado tem toda a sua produção verticalizada.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 10/06/22, às 14h09

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