A Odebrecht deve chegar na assembleia geral de credores (AGC) de amanhã sem um plano próximo ao que pretende apoiar a recuperação do grupo para ser apresentado aos credores. O motivo é a indefinição sobre o quanto e por quanto tempo o grupo conseguirá reter os dividendos da petroquímica Braskem, cuja participação de 50,1% da Odebrecht está na mãos dos bancos em forma de garantias. Em cima disso, a Odebrecht pretende desenhar do fluxo de pagamentos das dívidas das 21 empresas envolvidas no processo de recuperação judicial.
Só um tempinho. Assim como fez na quarta-feira da semana passada, dia 04, o advogado da Odebrecht, Eduardo Munhoz, deve apelar para o bom senso dos credores e pedir pela suspensão da votação do plano existente, que é bastante genérico. O plano foi apresentado para cumprir o protoloco da lei e basicamente contém uma promessa de "pago quando puder".
Tudo certo, nada definido. Mas não é só Braskem que está pendente. O grupo ainda precisa ter uma melhor visão das negociações com credores das subsidiárias OEC, de engenharia e construção, e da de açúcar e álcool Atvos, das quais, no futuro, também deve recolher dividendos. Na OEC, ainda está pendente a adesão de 60% dos detentores de US$ 3 bilhões em títulos de dívida (bonds) para a construtora fechar um acordo extrajudicial. A OEC não está em recuperação judicial. Na Atvos, está em discussão a inclusão no processo de recuperação judicial a dívida de R$ 1 bilhão em debêntures que estão com os fundos norte-americanos Castlelake e Lone Star. Os dois tem ações da Atvos como garantia. Procurada, a Odebrecht não comentou.