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Bastidores do mundo dos negócios

PicPay, da JF, escolhe bancos e fará IPO na Nasdaq no primeiro semestre

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Por André Ítalo Rocha e Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:
Controle da fintech passou do banco Original para a J&F em março Foto: Rogerio Cassimiro

O PicPay, da holding J&F, bateu o martelo quanto ao local onde vai abrir capital e fez uma pré-seleção dos bancos que vão assessorá-lo na empreitada. A oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) deve acontecer na Nasdaq, berço das empresas de tecnologia nos Estados Unidos, ainda no primeiro semestre, apurou o Broadcast, com companhia se valendo da expansão acelerada que experimentou no último ano, período no qual triplicou a base de clientes e encostou na marca de R$ 50 bilhões em transações financeiras.

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Entre os bancos que devem assessorar o PicPay estão o BTG Pactual, Bank of America (BofA), Citi e Bradesco, de acordo com fontes do mercado, que pediram o anonimato, uma vez que a informação ainda não é pública. Negociações ainda estariam em curso, conforme as mesmas fontes, o que pode disparar alterações nesse time, tanto para mais quanto para menos. Um IPO já desperta o assédio por parte dos bancos de investimento, ainda mais se tratando de uma fintech, na Nasdaq.

Fechado o time de assessores, o trabalho passa a ser estimar o quanto a companhia quer levantar na abertura de capital. Alguns IPOs recentes, como o da Méliuz, são usados como referência. Estima-se que o valor de cada usuário varia em um intervalo de US$ 1,5 mil a US$ 3 mil. O PicPay, que tem crescido a sua base a um ritmo de dois dígitos por mês, chegou nesta semana à marca de 47 milhões de clientes.

Na corrida para o IPO, o PicPay reforçou o alto escalão em várias frentes, trazendo de pesos pesados do setor de pagamentos a profissionais mais novos, mas que se tornaram referência no universo financeiro. A última novidade foi a contratação do diretor de Relações com Investidores do PagSeguro, André Cazotto, para assumir a mesma função na empresa e tocar a abertura de capital, como fez em na antiga casa.

Sua saída foi anunciada ontem à noite, em e-mail enviado a acionista após o encerramento do pregão de Nova York, conforme antecipou o Broadcast. Ele responderá ao vice-presidente Financeiro, Relações com o Investidor e Novos Negócios, Rômulo Dias, que chegou à empresa no mês passado.

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Ambos já trabalharam juntos anteriormente. Primeiro na Cielo, quando Dias era presidente da companhia e Cazotto ainda ocupava o posto de analista da área de relações com investidores. Na sequência, se esbarraram novamente na PagSeguro. Cazotto como diretor de RI e Dias como CEO do Grupo UOL, dono da empresa, da qual saiu há cerca de um ano.

Na lista de contratações recentes, Cazotto se soma também ao nome de Adriano Navarini, que era responsável pela SafraPay, negócio de maquininhas do Banco Safra, e deixou o posto na última segunda-feira para assumir ontem o cargo de diretor sênior de Pessoa Jurídica e Aceitação. Ele terá a missão de ampliar a base de clientes corporativos e aumentar a aceitação do PicPay em maquininhas, que hoje se restringe aos equipamentos de Cielo, Rede e Getnet. Navarini responderá a Eduardo Chedid, vice-presidente de Serviços Financeiros e o primeiro grande reforço da companhia em 2021.

Apesar de o baita reforço na cúpula do PicPay ter levantado especulações no mercado, a empresa pretende ir com a atual estrutura executiva para o IPO, de acordo com fontes, que concordaram em falar no anonimato. O time tem na liderança José Antônio Batista, de apenas 36 anos, neto do fundador da JBS e que passou a comandá-la em agosto de 2020.

As metas do PicPay para 2021 não são conservadoras, conforme fontes, e têm respaldo no perfil mais digital dos consumidores brasileiros, e que veio a reboque da pandemia. Enquanto de um lado quer dobrar seu quadro de funcionários, de 2 mil para 4 mil, espera continuar crescendo seu volume financeiro de transações na casa de dois dígitos mês a mês. Em paralelo, Chedid, que chegou para reforçar o portfólio da empresa, capitaneia o lançamento de novos produtos em uma ofensiva para "colar" e rentabilizar melhor os seus cerca de 47 milhões de clientes.

Criado com a proposta de ser uma carteira digital, o PicPay já tem o triplo de clientes que tinha no fim de 2019. A fintech, fundada em 2012 por três empreendedores de Vitória, no Espírito Santo, foi comprada em 2015 pelo Banco Original, da J&F, holding de negócios da família Batista.

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Procurado, o PicPay não comentou.

Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 05/03/2021, às 15:20:22.

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