Rumo ao fim do primeiro trimestre, ainda não é possível afirmar se o governo Jair Bolsonaro terá habilidade política necessária para aprovar a reforma da Previdência e outras mudanças para o bom funcionamento da máquina pública. A continuidade dessa incerteza política é apenas um dos novos riscos identificados no horizonte das empresas no Brasil em 2019, segundo levantamento do ACI Institute, ligado à KPMG.
A pesquisa que ouviu sócios da KPMG também mostrou preocupação com o ambiente incerto na regulação estatal, com itens como a possibilidade de tributação de dividendos, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e dúvidas sobre tributação. Para os entrevistados, 2019 será marcado por forte volatilidade de ativos e indicadores. Por isso, conselhos de administração precisam estar ainda mais atentos para proteger as companhias de situações imprevisíveis, sugere a pesquisa.
Receio dos impostos. Entre as incertezas ligadas à regulação estatal, estão as ilegalidades da guerra fiscal entre Estados, que estão longe de ser pacificadas e geram insegurança nos investimentos. Também foi mapeada uma eventual tributação de lucros e dividendos, para ajudar a reduzir o déficit estatal. Para os sócios da KPMG, uma nova tributação gerará impacto sobre as empresas e o mercado de capitais e, consequentemente, no fluxo de investimentos.
Mundo estranho. Há ainda riscos ligados às novas tecnologias. A Lei de Dados Pessoais vai entrar em vigor daqui a um ano e as empresas têm corrido para proteger dados de seus clientes, com muitas dúvidas e necessidade de investimento. Também a falta de precisão e riscos ligados ao uso massivo de dados, além das ameaças cibernéticas estão entre as novas questões às quais os conselhos devem estar atentos. Essa preocupação, porém, também é vista em outros países. (Cristiane Barbieri)
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