O maior sócio da Via Varejo e filho do fundador das Casas Bahia, Michael Klein, deixou a presidência do conselho de administração da companhia por conflito de interesse. Apesar de a empresa ter dito que o movimento havia sido planejado, ao informar sobre a troca da cadeira do colegiado, a saída de Klein começou com uma indisposição que aconteceu há cerca de dez dias. Um dos estopins foi o fato de que ele não estaria aceitando bem o fato de a Via Varejo, ao buscar preservar o caixa, ter colocado como uma das medidas a renegociação de contratos dos alugueis das lojas - muitas das quais o empresário é dono. Seu filho Raphael ficará em seu lugar. Procurado, Klein nega que sua saída tenha relação "com possível conflito de interesses entre a companhia e negócios do Grupo CB". "No caso de aluguéis de imóveis, os contratos firmados têm previsão de 20 anos - são 10 anos até hoje -, sem reajuste ou revisão de valores", disse.
Covid. Dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, a varejista tem cerca de mil lojas físicas. Recentemente, informou que estava negociando a suspensão dos aluguéis. Klein é dono de alguns pontos, os de melhores localização.
Mais tech. Nos bastidores, a troca do pai pelo filho foi bem recebida. A chegada de Raphael, que já presidiu a companhia em 2012 e ajudou na união de Casas Bahia e Ponto Frio, chegou a ser comemorada. Além da facilidade no diálogo, ele teria uma visão mais voltada à tecnologia, o que tem sido o mantra da concorrência e da própria Via Varejo desde que o controle voltou para a família e se acelerou muito com a pandemia.
Até Live. Com a marca Casas Bahia, a Via Varejo patrocinou o que já se tornou uma rotina no período de quarentena: a 'live' do Sandy&Junior1, assistida por mais de 2,5 milhões de espectadores. Procurada, a Via Varejo não comentou.
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