Coluna do Broadcast
29 de novembro de 2019 | 04h36
Foto: BMG/Divulgação
Por Fernanda Guimarães
A queda de quase 30% das ações do banco mineiro BMG desde sua estreia na B3, há um mês, voltou a gerar questionamentos no mercado sobre a estrutura de “lock-up” em ofertas iniciais de ações para pessoas físicas. O “lock-up” é do que uma restrição para a venda das ações adquiridas na abertura de capital. No caso do BMG, em sua oferta que movimentou R$ 1,4 bilhão, sendo que 11% acabou nas mãos do investidor de varejo. Desse porcentual, cerca de 5% compraram com o lock-up de 45 dias. O restante adquiriu sem nenhuma trava. A discussão dessa estrutura após a performance ruim do BMG em seu primeiro mês como companhia aberta deve-se ao fato de que essas pessoas físicas estão com as mãos atadas e não podem vender os papéis e têm de olhar a queda das ações “da janela”. Os críticos dizem, ainda, que essa estrutura aumenta ainda mais as assimetrias entre os investidores institucionais e o varejo. Apesar da polêmica, era um risco grifado no prospecto da oferta.
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Defesa. A estrutura do “lock-up” foi criada em uma tentativa de separar o investidor pessoa física dos “flipper”, como se chamam os compradores de ação iniciais que vendem o papel logo na estreia e geram pressão no preço da ação. Na oferta do BMG, por exemplo, o investidor que aceitou o “lock-up”, não sofreu rateio, ou seja, ficou com a quantidade de ações que quis, ao contrário dos demais. Os defensores dizem, ainda, que em uma abertura de capital com bom desempenho após a oferta, o investidor que compra com lock-up consegue aproveita toda a alta, sem precisar ter de adquirir as ações no mercado secundário, depois que as ações já se valorizaram.
Notícia publicada no Broadcast dia 28/11/2019, às 10:22:53
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