A Hering resolveu recusar a proposta de aquisição feita pela Arezzo, de R$ 3,3 bilhões, com um público e sonoro não. O modo utilizado - a publicação de um fato relevante, que não era obrigatória por lei -, porém, causou surpresa. A proposta da calçadista havia sido feita de forma discreta e a recusa por parte da varejista de roupas teria causado mal-estar nos envolvidos. Com a possibilidade do negócio, os investidores se animaram e o papel da Hering subiu mais de 25% no dia. As ações da Arezzo, por sua vez, valorizaram cerca de 10%.
Apesar da alta no valor de mercado da Hering, que poderia tornar uma eventual nova oferta ser maior, a Arezzo estaria firme em relação ao preço oferecido. Uma nova proposta, porém, não teria sido totalmente descartada. Com o pagamento a ser feito por meio de ações, a calçadista ofereceu prêmio de 20% em relação ao valor de mercado da Hering no último fechamento. Como os papéis da calçadista também subiram, a diferença continuaria no mesmo patamar. A valorização da Hering, portanto, não teria sido suficiente para deixá-la mais valorizada do que o previsto na oferta.
Valor de mercado da Hering caiu 30%
O Credit Suisse disse, em relatório, que o momento para a transação não poderia ser melhor para a Arezzo, cujos papéis estão perto das máximas históricas. Já a Hering ainda estava com valor 30% menor do que antes da pandemia.
Para André Pimentel, sócio da consultoria Performa Partners, as companhias do setor, que estão capitalizadas e tiveram boa gestão durante a pandemia, veem agora oportunidade de adquirir empresas que não atingiram o mesmo nível. Procuradas, a Arezzo e a Hering não comentaram.
Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 15/04, às 18h43.
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