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Bastidores do mundo dos negócios

Só IPOs acima de R$ 1 bi tendem a ter sucesso em 2023, avalia JPMorgan

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Por Cynthia Decloedt (Broadcast) e Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:
Programa da B3 começou em setembro  Foto: Fernanda Guimarães/Estadão

A retomada das ofertas de ações de novas empresas na Bolsa, esperada para o ano que vem, não deve ser um passeio no parque como muitos no mercado querem acreditar. Com juros ainda em alta nos Estados Unidos e investidores mais seletivos em todo o mundo, será preciso um bom nome, capaz de emplacar ofertas acima de R$ 1 bilhão, para atrair compradores, na opinião do responsável pelo banco de investimento do JPMorgan no Brasil, Pedro Juliano. Não só a B3, mas Nyse e Nasdaq passam por um jejum de novas ofertas e queda no valor das ações negociadas, que já deixaram muitos investidores machucados. Este ano pode ser o pior para as ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) nos EUA em duas décadas.

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Mercado dos EUA tem de voltar antes

Para que os IPOs voltem a acontecer no Brasil, além de boas notícias na economia doméstica e em relação à inflação nos Estados Unidos, há uma sequência necessária de retomada em vários mercados. O primeiro, é claro, é o norte-americano, normalmente principal referência para que as estreantes sejam bem-sucedidas na bolsa brasileira.

Fundos de emergentes estão parados

Além disso, é preciso que os fundos que compram papéis mais arriscados nos EUA ('high yield") voltem a demandar ações lá e em seguida os voltados a emergentes façam o mesmo movimento. Com isso, as ofertas subsequentes (follow-on) podem ser destravadas - e os IPOs começarem a andar.

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"Com a bolsa brasileira barata e muitas oportunidades no mercado de ações global, a barra é alta para IPOs de sucesso e para que aconteça um mercado mais robusto dessas ofertas no ano que vem", diz Juliano. Segundo ele, as ofertas terão de ser maiores, da casa de R$ 1 bilhão para cima, e ter bons nomes, para atrair bolsos mais fundos, como de investidores de longo prazo estrangeiro, e dar conforto aos investidores locais para embarcarem nas novas ofertas.

Cenário tende a melhorar em anos pós eleições

Também caem por terra as ofertas sem premissas de receita e lucro. O prognóstico não chega a ser pessimista. Uma análise dos últimos 20 anos mostra que, em todo ano pós eleitoral, o mercado tende a melhorar em número de operações e em receitas para os bancos de investimento. "Se houver uma pausa na alta do juro dos EUA  - o que não acho que aconteça logo -, uma onda grande de ofertas deve vir, porque tem bastante coisa represada", diz. Há clientes do banco já prontos e preparados para fazer um IPO, que só esperam a oportunidade de captação reabrir.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia  13/10/2022, às 16h58

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