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Bastidores do mundo dos negócios

Sócios do BV se alinham e miram IPO de até R$ 3,5 bilhões em março

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Por Aline Bronzati (Broadcast) e André Ítalo Rocha
Atualização:
Estratégia do banco é apresentar empresas menores a investidor    Foto: Solange Macedo

Os sócios Banco do Brasil e família Ermírio de Moraes deram alguns passo adiante para levar o BV, antigo Banco Votorantim, à bolsa, apurou o Broadcast. O plano é dar largada à oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no primeiro semestre deste ano, possivelmente no mês de março. O volume a ser levantado pode ficar entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3,5 bilhões, a depender da demanda do mercado, de acordo com fontes, que pediram anonimato visto que a informação ainda não é pública.

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O valor e outros detalhes como, por exemplo, a fatia que será vendida por cada sócio ainda estão em discussão, dizem as mesmas fontes. A faixa considerada é, contudo, inferior à estimada antes de a pandemia obrigá-los a engavetar a operação por conta das condições de mercado. Na ocasião, a ideia, revelada pelo Estadão/Broadcast, era emplacar um IPO de cerca de R$ 5 bilhões. Cada sócio venderia uma fatia de R$ 2 bilhões e o restante, R$ 1 bilhão, entraria para o caixa do BV para financiar sua expansão digital.

Estratégia é vender parte menor do BV agora

No entanto, na mesa dos acionistas, o que se discute atualmente é a possibilidade de vender menos do negócio agora, abrir capital e ofertar uma fatia adicional no futuro. A estratégia, diz uma fonte, visa a rentabilizar melhor o ativo, considerando o potencial de crescimento do negócio e o fato de o banco estar capitalizado.

Vale lembrar que o Ministério da Economia tem pressa e quer deslanchar as privatizações no governo Bolsonaro. Nesse sentido, a orientação dos assessores financeiros deve pesar. Como tem muitas ofertas de ações na fila, os sócios do BV querem sentir o fôlego do mercado, dizem as fontes. Assim, afirmam, até mesmo a ideia de uma oferta de R$ 5 bilhões poderia ser retomada, a depender do apetite dos investidores e das condições no momento do IPO.

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BV colhe frutos da transformação digital

Debruçado em um estratégia digital, o BV já colhe frutos de toda a transformação que passou nos últimos anos. Em 2020, a despeito da pandemia, manteve seu lucro líquido acima de R$ 1 bilhão apesar do impacto do reforço no colchão para perdas para fazer frente a um possível aumento da inadimplência como reflexo da covid-19, que paralisou muitos negócios e trancou os brasileiros dentro de suas casas para conter o vírus.

Ainda assim, o BV expandiu sua carteira de crédito e já retomou o patamar pré-crise no empréstimo para a compra de veículos, seu core business. A inadimplência também melhorou, batendo o menor patamar na história do banco em meio à retomada da economia brasileira e o programa de renegociação de dívidas feito em meio à crise da covid-19 - foram R$ 18 bilhões e englobou mais de 800 mil clientes.

Banco anunciou ontem parceria com o Google Cloud

Em paralelo, o BV segue reforçando sua 'pegada digital'. Ontem, o banco anunciou, conforme noticiou mais cedo o Broadcast, uma parceria de longa data com o Google Cloud, braço de tecnologia em nuvem da big tech que leva o mesmo nome, para aprimorar a oferta de serviços financeiros aos seus clientes.

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Nos bastidores, a união do BV com o Google Cloud é vista como um ponto positivo para o IPO. Vai justamente ao encontro da história que o banco venderá aos investidores, de um grupo financeiro que prioriza o digital, característica considerada uma mola propulsora de múltiplos, principalmente, depois da pandemia, que acelerou a digitalização do setor no Brasil e no mundo.

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No quarto trimestre, 79% dos clientes contataram o banco BV por meio dos canais digitais. Já a média de clientes na área logada, informa em seu demonstrativo de resultados, saltou 48% no ano.

O BV retomou os planos em agosto, após engavetá-los em março, em meio à covid-19, como outras companhias e bancos fizeram. O IPO do banco tem como coordenador líder o Goldman Sachs e o JPMorgan como agente estabilizador. O braço de atacado do BB, que recentemente se uniu com o suíço UBS, Itaú BBA, Morgan Stanley e Bank of America também estão na operação.

Procurado, o BV não comentou. O BB também não se manifestou a respeito.

 

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Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 08/02/2021, às 16:47:50.

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