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Bastidores do mundo dos negócios

Stara, de máquinas agrícolas, informa que cortará orçamento em 30% com Lula eleito

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Por Isadora Duarte (Broadcast)
Atualização:
Carta enviada pela Stara a seus fornecedores  Crédito: Reprodução Foto: Estadão

A fabricante de máquinas e implementos agrícolas Stara, com sede no Rio Grande do Sul, ameaçou aos fornecedores cortar orçamento em ao menos 30%, em 2023, caso o resultado do primeiro turno das eleições seja mantido e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito. O comunicado foi encaminhado na segunda-feira, 3, assinado pelo diretor administrativo e financeiro da companhia, Fábio Augusto Bocasanta e leva a marca d'água da empresa.

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"Diante da atual instabilidade política e possível alteração de diretrizes econômicas no Brasil após os resultados prévios do pleito eleitoral deflagrado em 2 de outubro e, em se mantendo este mesmo resultado no 2º turno, a empresa deverá reduzir sua base orçamentária para o próximo ano em pelo menos 30%, consequentemente o que afetará o nosso poder de compra e produção, desencadeando uma queda significativa em nossos números", informa a carta aos fornecedores obtida pelo Broadcast Político e que circula em redes sociais.

Procurado, o proprietário da Stara Gilson Lari Trennepohl disse por telefone, num primeiro momento, que é presidente do Conselho de Administração da empresa e que não possui acesso a informações administrativas. Mais tarde, a empresa reconheceu o envio de comunicado. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o diretor-presidente da Stara, Átila Stapelbroek Trennepohl, disse que o comunicado foi dedicado "exclusivamente" aos fornecedores e que não visa coagir pessoas a votarem "no A ou no B".

Segundo ele, trata-se de "prática comum" na empresa, no segundo semestre, fazer projeções para o próximo ano e repassá-las aos fornecedores "para que possam se preparar e organizar suas empresas da melhor forma possível. Devido a toda instabilidade econômica, estamos refazendo nossa projeção para 2023, o que é absolutamente natural dentro das empresas. Esse comunicado visa deixar claro essa informação para os nossos fornecedores".

No vídeo, Trennepohl tranquiliza ainda seus empregados, afirmando que a empresa tem muito trabalho e seguirá "firme e forte". Aos clientes e às concessionárias da fabricante de máquinas, ele pede para continuarem "acreditando" na empresa como série e idônea.

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Empresa diz que não irá demitir

"Não acreditem em fake news que falam que a Stara vai demitir. Isso não é verdade. Não é isso que a Stara passou ao mercado e muito menos queremos coagir pessoas a votar no A ou no B. Somos uma empresa séria que tem responsabilidade com a cadeia produtiva, clientes e colaboradores", afirmou. "Seguimos juntos acreditando nesta nação e no agronegócio."

A Stara pertence ao empresário Gilson Lari Trennepohl. Filiado ao União Brasil, Trennepohl também é vice-prefeito de Não-Me-Toque (RS), sede da Stara, e diretor de um grupo de comunicação local. O empresário está entre os dez maiores doadores entre pessoas físicas à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Conforme registro no Tribunal Superior Eleitoral, ele doou R$ 350 mil à campanha do atual chefe do Executivo.

A assessoria de imprensa do Ministério Público do Rio Grande do Sul informou à reportagem que a procuradoria já foi comunicada do caso e está apurando internamente. A representação deve ser remetida à PGR. Neste caso, a atuação compete à Procuradoria Geral Eleitoral em Brasília, ligada à Procuradoria Geral da República, porque envolve citação à eleição presidencial e a PGR atua perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Procuradoria Geral Eleitoral ainda não recebeu representação sobre o caso, segundo informou sua assessoria de imprensa ao Broadcast Político.

Esta nota foi publicada no Broadcast Político no dia 04/10/2022, às 16h04

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