O interesse de Benjamin Steinbruch de comprar a LafargeHolcim no Brasil é grande. Mas ele quer toda a operação para aumentar sua participação no mercado nacional, no qual a CSN Cimentos tem apenas cerca de 5%. Conhecido por sua habilidade nas negociações, porém, ele busca um desconto agressivo, mesmo com dinheiro na mão por conta dos bons resultados de suas operações com aço. A multinacional franco-suíça tem dez fábricas no Brasil. A intenção de vender os negócios por aqui foi comunicada à filial brasileira, que tem 10% do mercado, há algumas semanas. O banco Itaú BBA foi contratado para conduzir o processo de venda.
Líder do setor, a Votorantim Cimentos não pode nem pensar em fazer uma oferta. Com 35% do mercado, teria a compra barrada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a não ser que se desfaça de algum ativo que já possui atualmente.
Na vice-liderança do setor, com 16% de participação, a InterCement não quer ficar de fora. Porém, precisa melhorar sua estrutura de capital e pagar dívidas, o que significa fazer uma oferta para comprar a empresa em blocos. A LafargeHolcim tem operações no Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.
Venda no Brasil deve gerar R$ 1,4 bilhão à multinacional
Oficialmente, a LafargeHolcim não fala sobre o negócio, que renderia à empresa mais de US$ 1,4 bilhão. A ideia é usar os recursos em uma outra unidade no exterior, para diversificar a atividade da indústria de cimento ou fazer investimentos para reduzir emissões. O impacto da poluição na Europa, por exemplo, pesa diretamente no valor das ações.
Apesar de a produção de cimento no País ter crescido 11% no ano passado, o setor não se recuperou totalmente do tombo de períodos anteriores. Alguns fornos ainda estão em hibernação. Em média, a volta completa das operações quando há paralisações leva de 3 meses a um ano e o custo chega a R$ 10 milhões.
Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 30/04, às 19h13.
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