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Bastidores do mundo dos negócios

Surf Telecom é colocada à venda seis meses após arrematar licença do 5G

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Por Circe Bonatelli (Broadcast)
Atualização:
Subsidiária da Surf desistiu do lote arrematado no leilão da Anatel  Foto: Dida Sampaio/Estadão

A Surf Telecom, maior operadora virtual do País, foi colocada à venda. O Santander foi o banco contratado pelos sócios para achar um comprador, e as reuniões com potenciais interessados já estão em andamento, apurou a Coluna.

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A decisão vem apenas seis meses após a Neko, subsidiária da Surf, conquistar licença para ativar o sinal do 5G. As contas, entretanto, não vão bem dentro do grupo. Tanto é que a Neko acabou comunicando à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre a desistência do lote de 26Ghz arrematado no leilão de novembro por R$ 8,5 milhões (com ágio de R$ 2,83 milhões).

Empresa presta serviço a partir de locação de redes de outras operadoras

A Surf Telecom é uma operadora virtual, ou MVNO (mobile virtual network operation na sigla em inglês), empresa que presta serviço de telefonia e internet a partir da locação das redes de outras operadoras, no caso a TIM. A Surf também conta com redes próprias. Ela é contratada por outras empresas para ofertar planos de internet com benefícios para os consumidores finais. A lista de clientes inclui desde corporações como Uber, Carrefour, Correios e BMG até times de futebol, como Palmeiras, Fluminense e Vasco, entre outros.

Nas conversas com investidores, o Santander apresenta a Surf como a maior MVNO do Brasil, com operação em 67 DDDs, 2,5 milhões de chips já vendidos e 1 milhão de clientes ativos. A receita atingiu R$ 200 milhões em 2021 e há previsão de crescimento orgânico de 50% em 2022.

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Disputa entre sócios inviabilizou IPO da operadora virtual

A Surf vinha buscando uma capitalização desde 2020, via oferta de ações em Bolsa (IPO, na sigla em inglês), mas o passo não deu certo por conta de uma briga entre os sócios. A empresa é controlada pelo fundo Maresias, do fundador e CEO Yon Moreira, e pela Plintron, empresa de telecomunicações com sede em Cingapura.

A Plintron comprou em 2016 uma fatia da Surf por US$ 4 milhões, o que lhe dava direito a 40% de participação e a opção de adquirir outros 20% mais adiante. O desentendimento foi sobre o cumprimento das cláusulas que condicionavam a aquisição da fatia adicional. Como o problema não foi resolvido, a venda da Surf está sendo vista como uma forma de a sócia estrangeira sair do negócio. Procurados, Surf, Plintron e Santander não se manifestaram.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 26/05/22, às 08h10

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