Juliana Estigarríbia, Altamiro Silva Junior e Cynthia Decloedt
29 de março de 2022 | 05h15
Leilão é visto como teste para privatizar outros portos, como Santos Foto: Márcio Fernandes/Estadão
O leilão da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), primeira desestatização de autoridade portuária do País, deve envolver uma disputa entre fundos de investimentos. Vinci Partners e Quadra Capital vão liderar a briga pelo projeto, o que pode levar a um ágio. O certame está marcado para quarta-feira, 30.
O projeto da Codesa prevê a concessão dos serviços públicos de administração dos Portos de Vitória e de Barra do Riacho, com previsão de investimentos de R$ 1,3 bilhão, sendo R$ 1 bilhão para custear despesas operacionais. O critério será o de maior outorga, sem valor mínimo (R$ 1). O leilão é visto como o grande teste do governo federal para privatizar outros ativos, com destaque para o Porto de Santos.
As propostas foram entregues na última sexta-feira. A Vinci tem ampla atuação em infraestrutura e desde setembro de 2021 tem uma equipe avaliando o projeto da Codesa. A Quadra Capital foi fundada há pouco mais de cinco anos por sócios que atuaram no BTG e no Credit Suisse, entre outros bancos de investimentos. A gestora tem cerca de R$ 6 bilhões em ativos, com foco em investimentos de menor liquidez, exatamente o caso da Codesa. Procurados, os dois fundos não comentaram o assunto.
Conforme apurou a reportagem, empresas de diferentes segmentos de atuação em infraestrutura chegaram a estudar o leilão da Codesa, mas esbarraram nas incertezas acerca dos passivos do complexo. No entanto, os fundos analisaram o chamado “custo de oportunidade”: a atividade é altamente estratégica, especialmente a administração portuária e, outra chance como essa, só daqui a 35 anos, o que pode levar a uma disputa com ágios.
Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 28/03/22, às 18h13.
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