Depois da macroeconomia, de onde virão as dores de cabeça de Dilma Rousseff no segundo mandato
Depois de quatro anos de refrega com o bom senso e os números amargos calculados pelo IBGE, a equipe econômica hasteia a bandeira branca. Pessimista, admite que o segundo mandato da economista-em-chefe terá números piores que o primeiro, marcando quase uma década de Pibinhos.
Mais futuro com mais mudanças: a palavra de ordem do futuro Conselho Monetário Nacional é fazer diferente o que se faz neste momento.
Raros temas movimentam corações e mentes dos mundos político e econômico na mesma intensidade e de forma concomitante. É o caso da escolha do condutor da política econômica, que embute poder e influência do primeiro ao último minuto no cargo. O Palácio do Planalto bateu o martelo sobre quem e o quê vai ser feito.
Eliminar a meta auto-imposta de pagamento do serviço da dívida aumenta o custo com juros e o que resta de credibilidade da equipe econômica
É preciso respeitar a aprovação soberana do eleitor sobre a política econômica.
Então assessor de Bill Clinton, James Carville viu seu conselho ao candidato se imortalizar na disputa presidencial contra George Bush em 1992. “É a economia, estúpido”, indicou ao democrata. Pena para Bush que os números mostrando melhora da economia foram divulgados após o pleito. Aqui, os números já conhecidos mostravam estagnação.
O debate sobre a melhor política econômica em Terra Brasilis, que parecia encerrado com a Carta ao Povo Brasileiro de 2002, foi retomado no segundo turno com as tintas fortes da política. De contradições econômicas a campanha está cheia.
O mercado financeiro, os grandes empresários e investidores internacionais apostaram no Partido dos Trabalhadores em 2006 e em 2010. Nos dois pleitos, Lula e Dilma enfrentaram no segundo turno o mesmo adversário de hoje, o PSDB. O dessarranjo das contas públicas está na raiz do problema.
Perdeu a esperança o sujeito que esperava a campanha eleitoral para descobrir como as principais lideranças políticas do País vislumbram o atalho entre o Pais de hoje e o futuro, aquele que sempre serviu de aposto para o Brasil. Após um quarto de século indo as urnas escolher o nome do futuro presidente, a discussão eleitoral sobre a economia resvala num preto e branco obsoleto, milhas distante do colorido dos desafios do século 21.
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