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Os rumos do mercado

Europa coloca pressão na Grécia e amplia incertezas nos mercados

A quinta parcela do empréstimo da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a Grécia só será liberada depois que Atenas aprovar novas medidas de austeridade fiscal. Inesperada, a decisão saiu hoje da reunião de ministros de Finanças da zona do euro realizada em Luxemburgo.

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Por Redação
Atualização:

Na sexta-feira, os investidores foram para casa acreditando que o oxigênio de 12 bilhões de euros da tranche estava garantido, como havia sinalizado o comissário econômico da UE, Olli Rehn. Entretanto, as autoridades resolveram jogar toda a pressão no colo do parlamento grego. Sem a garantia de recursos vitais para arcar com as obrigações de julho, os próximos dias se tornam decisivos para a Grécia.

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"A decisão do Eurogrupo é razoável: isto é, colocar o destino da Grécia de volta nas mãos do governo e do parlamento", dizem os especialistas do Barclays Capital.

O futuro do país depende, em primeiro lugar, do voto de confiança para o primeiro-ministro George Papandreou amanhã. O evento torna-se, assim, o ponto de maior interesse para os mercados globais nesta semana - que é curta no Brasil, com o feriado prolongado de Corpus Christi, mas intensa no exterior.

Fragilizado, Papandreou teve de reformar seu gabinete e tenta reconstruir a confiança, para então colocar as medidas adicionais de austeridade fiscal em votação, no final de junho. Só a partir daí as autoridades irão liberar a quinta tranche do empréstimo tomado no ano passado e fechar um acordo para recursos adicionais. O ambiente político é arriscado. "Os riscos políticos para a solução do financiamento grego agora residem mais em Atenas do que em Bruxelas", avalia Kasper Kirkegaard, estrategista do Danske Bank.

Analistas continuam acreditando que tudo dará certo aos 45 minutos do segundo tempo, pois um default desordenado da Grécia traria consequências extremamente negativas para o setor financeiro e contágio global. Desde a explosão da crise financeira de 2008, as autoridades têm agido coordenadamente nos momentos mais críticos, de forma a garantir soluções.

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Fora da Europa, o destaque da semana no exterior é a reunião do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), quarta-feira, seguida pela coletiva de Ben Bernanke. Na sexta-feira, sai a revisão final do PIB dos Estados Unidos no primeiro trimestre. Por lá, a pergunta do momento é saber se a desaceleração econômica vista recentemente é fruto de fatores temporários, como os efeitos do terremoto no Japão, ou se pode significar problema estrutural.

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