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Os rumos do mercado

Expectativa de novos dados desanimadores dos EUA provoca aversão

A expectativa de novos dados desfavoráveis nos Estados Unidos aumenta a apreensão dos investidores globais. O medo de que a desaceleração se torne mais profunda toma conta dos mercados e a manhã é marcada pela aversão ao risco e busca de proteção no exterior.

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Por Redação
Atualização:

O ambiente gera pressão vendedora sobre as ações, commodities e euro. A opção é pela considerada segurança do iene e dos Treasuries. A moeda japonesa chegou a bater a máxima em 15 anos contra o dólar, já que as autoridades do país não adotaram estratégia de intervenção, como chegou a ser cogitado no mercado.

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Os investidores se preparam para mais números desanimadores nos EUA. Hoje, o foco de tensão vem do setor imobiliário, pois as projeções apontam para queda de 14,3% das vendas de imóveis existentes em julho. O dado será divulgado às 11 horas (de Brasília), junto com o índice de atividade do FED de Richmond de agosto.

"A renovada fraqueza do mercado imobiliário após o fim do estímulo do governo deve estar refletida no número de hoje", avalia Adrian Foster, do Rabobank. O resultado deve reforçar os temores de deflação e aumentar a pressão sobre o Federal Reserve, acredita Chris Turner, estrategista de câmbio do ING.

Nesse ambiente, está sendo criada forte expectativa para o discurso de Ben Bernanke na sexta-feira, no Jackson Hole Symposium, mesmo dia da revisão final do PIB do segundo trimestre. Para esquentar, o The Wall Street Journal traz hoje um detalhado texto sobre os bastidores da importante reunião do Fed de 10 de agosto.

Segundo o WSJ, pelo menos sete dos 17 membros mostraram reservas ou se manifestaram contra a medida de reinvestir a carteira de títulos - que acabou trazendo a possibilidade de retomada da impressão de dinheiro novo para estimular a economia.

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Esse teria sido um dos encontros mais controversos do mandato de Bernanke. A reportagem está sendo muito comentada e considerada, já que o jornal antecipou no início de agosto o passo do BC norte-americano.

Como as preocupações com os EUA dominam os investidores, os dados da Europa hoje nem são considerados, até porque retratam um cenário ainda do segundo trimestre, quando o euro desvalorizado conseguiu estimular as exportações da Alemanha e, consequentemente, a região.

A alta de 2,2% do PIB alemão no período foi confirmada logo cedo e as encomendas da indústria na zona do euro em junho subiram 2,5%, acima do previsto. Mas as informações são consideradas de retrovisor porque os economistas acreditam em desaceleração daqui para frente.

O euro cedia a US$ 1,2618 às 9h06 (de Brasília), de US$ 1,2665 no fim da tarde ontem em Nova York. O iene chegava à cotação de 84,27 por dólar, de 85,25 por dólar na véspera, reflexo da aversão ao risco e da ausência de intervenção pelo governo do Japão.

O clima deixa as bolsas de Londres (-1,38%), Paris (-1,57%) e Frankfurt (-1,21%) em baixa, assim como o petróleo (-1,11%, a US$ 72,80) e o cobre (-1,34%).

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