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Os rumos do mercado

Expectativa para Fed já molda exterior e barra movimentos bruscos

Nos mercados internacionais, ninguém fala em outra coisa: a reunião do Federal Reserve que começa hoje monopoliza as atenções e já molda o comportamento dos ativos no exterior. A opção é evitar movimentos bruscos antes do resultado do encontro, a ser anunciado amanhã.

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Por Redação
Atualização:

Por isso, as bolsas europeias registram alta moderada e o petróleo opera de lado nesta manhã. O que está realmente difícil de conter é a queda do dólar, tanto que o euro avança sem obstáculos no retorno do feriado na Europa.

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Passada a Páscoa, a liquidez deve melhorar hoje nas praças internacionais. Ainda assim, o volume não será tremendo porque Londres fecha para outra folga prolongada a partir de sexta-feira, com o tão falado casamento real, e novo feriado bancário na próxima segunda.

Nesse ambiente de transações mais restritas, os investidores tendem mesmo a aguardar as definições do Fed. A expectativa já é mais do que conhecida: todos acreditam que a frouxidão será mantida e que o programa de compra de títulos seguirá tranquilamente o cronograma até o final de junho. Mas, cada palavra de Ben Bernanke será cuidadosamente analisada, como sempre.

A autoridade monetária tem o poder de mexer com os mercados em todos os cantos do planeta. Enquanto a estratégia extremamente relaxada permanecer, o dólar não tem forças para reagir, o que puxa fortemente as moedas emergentes, como o real.

Operadores notam que, em poucos dias, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, já defendeu em duas ocasiões um dólar mais forte - quem sabe preocupado com os efeitos sobre as exportações da Alemanha. Em entrevista a dois jornais finlandeses publicada hoje, ele também afirmou que não vê, neste momento, risco de repasse da alta dos preços da energia e dos alimentos para outras áreas. Entretanto, afirmou que é preciso ficar alerta, sem complacência.

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O fato é que, com a fraqueza do dólar, as commodities continuam subindo. Ontem, chamou a atenção o avanço do ouro e da prata no exterior. Os metais também estão recebendo considerável parte do fluxo de recursos criado pelo Federal Reserve. Com o petróleo consolidado acima de US$ 110,00, as tensões inflacionárias estão espalhadas mundo afora.

"Acordem bancos centrais, os preços estão subindo", escreve Kathy Lien, estrategista de câmbio da corretora GFT. "Um número surpreendente de bancos centrais diz que as pressões inflacionárias são transitórias, temporárias ou simplesmente que não são um problema, mas não há como negar que os preços estão subindo, aumentando o sofrimento dos consumidores num momento de recuperação global ainda frágil."

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