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Os rumos do mercado

Inflação dá as cartas nas estratégias de investimentos pelo mundo

A inflação está dando as cartas nas estratégias de investimentos ao redor do globo. A pressão sobre os preços, reflexo da alta das commodities, cria um novo componente neste momento de disparidades na economia mundial. Os bancos centrais estão novamente na berlinda.

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Por Redação
Atualização:

Investidores do mundo todo seguem de olho, principalmente, nos movimentos da China. A velocidade do crescimento é considerada insustentável e novas medidas de aperto monetário são dadas como certas. O estatal China Securities Journal traz hoje a informação de que a primeira alta de juros de 2011 pode acontecer antes do ano novo chinês, no início de fevereiro.

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Em um dia praticamente sem agenda no exterior, a inflação é o tema a ser analisado pelos mercados. No atual cenário, os emergentes estão superaquecendo, enquanto os Estados Unidos iniciam recuperação e a Europa se divide entre a Alemanha forte e a periferia fraca, abatida pela crise de dívida soberana.

Todo o esforço das nações desenvolvidas para reativar a economia deixou os juros no chão e criou uma onda artificial de liquidez que procura retornos mais elevados pelo mundo. Boa parte desse dinheiro migra para as commodities, puxando os preços dos alimentos e da energia, com reflexos sobre todas as economias.

Até mesmo a Europa se vê diante do dilema. Os índices de preços estão acima da meta de 2% na zona do euro e no Reino Unido. Tanto que o BNP Paribas acaba de elevar as projeções para o continente e agora acredita que a inflação na zona do euro ficará em 2,2% este ano, ante a estimativa anterior de 1,8%.

Os mercados internacionais de renda fixa veem grandes movimentos causados pela nova perspectiva de inflação generalizada. Os investidores estão vendendo títulos da Europa e dos Estados Unidos.

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Nesta semana, dois emergentes deram início a um ciclo de aperto monetário: Brasil e Polônia. Se a alta dos juros é vista como inevitável para conter a demanda, acaba exacerbando a valorização cambial, resultado do forte fluxo de recursos externos. Depois de elevar a Selic em 0,5 ponto porcentual, para 11,25%, o Banco Central do Brasil anunciou ontem mais um leilão de swap cambial reverso para tentar segurar o real nesta sexta-feira.

Os países vêm adotando medidas diversas para lidar com a questão. Israel é o mais novo a se juntar ao grupo, ao definir ontem um compulsório de 10% sobre as transações de derivativos cambiais por investidores estrangeiros. O objetivo é reduzir a atratividade das operações de carry trade, que vêm puxando o shekel.

As praças europeias abriram em alta hoje. Às 9h13, as bolsas de Londres (+0,60%), Paris (+1,18%) e Frankfurt (+0,57%) subiam, enquanto o barril do WTI era cotado a US$ 90,12 na Nymex, com ganho de 0,59%.

No mesmo horário, o euro avançava para US$ 1,3535, de US$ 1,3473 no fechamento de ontem em Nova York. O dólar valia 82,81 ienes, de 82,98 ienes.

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