O ambiente segue bastante instável no exterior. A situação da Grécia fica mais intrincada e delicada. Ao mesmo tempo, cria-se um consenso de que a atividade mundial está desacelerando no segundo trimestre. Se uma moderação é desejável nos países emergentes, não estava nos planos dos desenvolvidos. Os dados mais recentes apontam que os Estados Unidos, a Europa e o Japão mostram desempenho aquém do esperado.
Essa percepção deve ser reforçada ao longo da semana. Como sempre, a maior expectativa recai sobre os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, o tão aguardado payroll, na sexta-feira. O consenso aponta para a criação de 190 mil vagas em maio, bem menos do que os 244 mil postos lançados em abril. Para o desemprego, a projeção é de leve queda de 9% para 8,9%.
"Os dados dos EUA continuaram sem brilho na semana passada e os próximos devem refletir uma história similar", avalia Julia Coronado, analista do BNP Paribas. Depois da decepção com vários números, investidores passaram a falar em tom mais alto sobre a possibilidade de nova ação do Federal Reserve. Já os analistas acreditam que o programa de alívio quantitativo deve mesmo terminar em junho. De qualquer forma, o dólar continua mostrando fraqueza.
Até sexta-feira, haverá muita movimentação com outros importantes números no exterior e também no Brasil. Na Europa, saem na quarta-feira os indicadores de atividade (PMI) de diversos países, como Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Espanha. No Japão, onde os efeitos do terremoto parecem mais fortes que o previsto, serão anunciados hoje à noite a produção industrial e o desemprego em abril.
No mundo emergente, a China divulgará amanhã os índices industriais CFLP e HSBC de maio. Os indicadores mais recentes já apontam para desaceleração na potência asiática. No Brasil, existem dúvidas sobre uma moderação da atividade, o que poderá ser medido pela produção industrial amanhã e o PIB do primeiro trimestre na sexta-feira.