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Os rumos do mercado

Piora na situação dos Piigs assusta mercados no exterior

A Espanha e a Itália acabam de entrar no radar mais crítico de preocupações dos investidores internacionais, juntando-se aos problemas da Grécia, Irlanda e Portugal. A percepção sobre a crise de dívida soberana na zona do euro se agravou no final de semana e a situação dos chamados PIIGS assusta os mercados.

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Por Redação
Atualização:

Uma onda de aversão ao risco derruba as bolsas europeias, o euro e as commodities nesta segunda-feira. "Parece óbvio que as preocupações sobre os déficits europeus ganharam espaço na agenda global durante o final de semana, quando uma série de notícias negativas atingiu os mercados", diz Arne Lohmann Rasmussen, analista do Danske Bank.

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Até então, Espanha e Itália estavam relativamente isoladas do centro da turbulência na zona do euro. Analistas acreditam que esses dois países estão em condições mais firmes e adotaram medidas eficazes para reduzir o déficit público. Entretanto, como o clima está bastante delicado com a perspectiva de default da Grécia, bastou um final de semana para que a visão sofresse abalo nos mercados.

O Partido Socialista, do primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero, saiu derrotado das eleições regionais realizadas ontem. A insatisfação popular com a crise e o elevado desemprego fizeram com que a oposição de direita ganhasse postos importantes, como a prefeitura de Barcelona, pela primeira vez desde o final da ditadura franquista em 1975. Tudo isso depois de uma semana de grandes manifestações pelo país, lideradas para recém criado grupo 15-M (15 de Maio).

No final da sexta-feira, a Standard and Poor´s reduziu a perspectiva da Itália de estável para negativa, indicando que o rating A+ do país poderá sofrer rebaixamento. No mesmo dia, a Fitch já havia rebaixado a nota da Grécia, de BB+ para B+ (a mesma Gana e Venezuela, por exemplo). Além do corte, chamou atenção o fato de a agência emitir a opinião de que a ampliação do prazo de pagamento das dívidas representaria um "evento de default".

Se os mercados há tempos não têm mais dúvidas de que a Grécia terá de passar em algum momento pela reestruturação das dívidas, as autoridades europeias dão cada vez mais indícios dessa possibilidade. Segundo o Wall Street Journal, Paris sinalizou uma mudança de postura sobre o tema.

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É nesse clima que acontecerá a reunião do G-8 em Deauville, na França, entre quinta-feira e sexta-feira. Enquanto aumenta a turbulência na zona do euro, o cargo de diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) segue vago, após a renúncia de Dominique Strauss-Kahn (agora em prisão domiciliar).

Se não bastasse a difícil situação da Europa, a China também trouxe dados desfavoráveis ontem à noite. O índice preliminar de atividade industrial HSBC recuou para 51,1 em maio, de 51,8 em abril, apontando desaceleração.

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