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Práticas empresariais sustentáveis

Transporte é o principal emissor de CO2 do setor de energia no Brasil

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Por Amcham Brasil
Atualização:

O transporte é o principal emissor de CO2 do setor energético no Brasil, com 209 milhões de toneladas, que representam 48% do total. O dado está presente em relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), que tem os números mapeados de 1990 até 2017.

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Seguido da categoria de transportes no setor de energia, se encontra o consumo industrial, com 66 milhões de toneladas (15%) e a geração de eletricidade, com 59 milhões de toneladas. "[o dado] continua a demonstrar a predominância da atividade de transporte, sobretudo rodoviário de cargas e individual de passageiros, nas emissões do setor de energia", afirma o pesquisador do Instituto de Energia e Meio Ambiente, David Tsai, em matéria no site da SEEG.

O setor de energia se encontra em terceiro lugar no total de emissões desde quando os dados começaram a ser computados pelo SEEG, em 1990. A Agropecuária e as mudanças no uso da terra e florestas - como o desmatamento, por exemplo - representam os segundo e primeiro lugares, respectivamente. Foram mais de 8,8 bilhões de toneladas de CO2 emitidos em 28 anos (até 2017) apenas por parte do setor energético.

Para o presidente da Fundação Instituto de Administração (FIA) e coordenador do Programa de Gestão Estratégica para a Sustentabilidade (Progesa), Isak Kruglianskas, um dos problemas quando se fala da agenda ecológica relacionada com o desenvolvimento do País é encarar os investimentos empresariais em ecologia como despesa.

Kruglianskas afirma que adaptações de baixo ou até nenhum custo podem levar a reduções nas emissões de gases de efeito estufa. "Mudanças de processos, mudanças de matérias primas e mudanças de fonte energética (combustível) são alguns dos exemplos disso", elenca. O professor acrescenta que, mesmo quando há despesas mais significativas, podem ser conseguidos ganhos de ecoeficiência com retornos interessantes para as empresas.

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Mais é menos

A plataforma francesa de caronas BlaBlaCar divulgou recentemente um estudo global apontando que as viagens compartilhadas evitam a emissão de 1,6 milhão de toneladas de CO2 anualmente. O relatório, batizado de Zero Empty Seats, foi conduzido pelo instituto de pesquisa Le BIPE.

O Brasil foi destaque na pesquisa: as caronas compartilhadas lançam 33% menos gás carbônico na atmosfera na comparação com outros meios de transporte (ônibus, carros individuais). O País também ficou bem posicionado em relação à média de ocupação por veículo, sendo 3,8 pessoas, incluindo o motorista.

O diretor da BlaBlaCar no Brasil, Ricardo Leite, acredita que a soma da economia nas emissões promovida pelo sistema de compartilhamento como um todo pode ser ainda mais benéfica. "O estudo que fizemos calcula o impacto da nossa plataforma isolada; portanto, se você considerar também as caronas que acontecem fora da BlaBlaCar há um efeito muito maior naturalmente", avalia.

Kruglianskas enfatiza o papel da dirsupção no desenvolvimento ecológico. Na visão dele, modelo atual de produção e consumo é insustentável e terá que mudar: "Uma parcela altamente relevante dessa mudança terá que advir da inovação sustentável."

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Uma mãozinha

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Para o professor, a iniciativa privada com visão estratégica está revendo seus processos e produtos com vista à redução dos gases de efeito estufa. "Companhias interessadas e comprometidas com a redução de emissões podem capacitar seus profissionais em conhecimentos sobre o assunto, inclusive com a utilização de técnicas de mensuração de emissões e de estudos para tomada de decisão sobre produtos e processos", aponta.

Sabendo disso, a Green Domus, uma das empresas vencedoras do Prêmio Eco 2018, desenvolveu um sistema online de gestão de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). Basta a companhia contratante do serviço inserir informações dos registros de operação pertinentes ao tema e a ferramenta, com base nos dados, faz os cálculos e gera um relatório automático.

"[O sistema] é feito para ser preenchido por unidade, por isso consegue atender empresas de diferentes tamanhos - desde uma até mil plantas, por exemplo", explica o sócio fundador da Green Domus Felipe Bottini. A empresa atua com clientes de diversos setores, vendendo o software como serviço a uma taxa anual.

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