PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Investimento pessoal, mercado financeiro e macroeconomia.

Pensando no futuro do seu filho? Fuja da poupança

Natal chegando e você pensando no que vai dar de presente para o seu filho. Bicicleta? Videogame? Bonecas? Bola? Resta Um? (Lembram-se do Resta Um?) Era um brinquedo absurdamente desafiador quando eu era criança, nos anos 80. Quando seu amigo terminava, rolava aquela ponta de inveja, do tipo, o que ele tem que eu não tenho? Mas meu objetivo aqui não é falar de gastos, e, sim, de poupança. E da poupança do seu filho, em especial.

Por Alexandre Cabral
Atualização:

Imagine aquela criança que está com seus 3 anos de idade. Se ela ganhar uma bola ou um brinquedo que fala russo, é a mesma coisa. Então, por que você não pega um pedaço do seu dinheiro e aplica em um título pensando no futuro da criança?

PUBLICIDADE

Você pode dizer: "estou pensando sim e abri uma caderneta de poupança". Pelo amor de Deus! Resgate agora, pois o rendimento é muito inferior ao do título que vou lhe apresentar.

Vou contar o que fiz na minha casa. Tenho gêmeas (não se assustem, é possível sobreviver). Imaginei como elas estarão em 2035, com 23 anos e talvez no fim da faculdade. Refleti e refleti e conclui que não sei como elas estarão. Mas seria bem interessante se tivessem um dinheiro para tocar a vida depois de formadas.

Olhando para os investimentos existentes, um me chamou muita atenção: Tesouro IPCA ou NTN-B Principal com vencimento em 2035. "Do que este senhor está falando?", você pode pensar.

Pois vamos aos detalhes:

Publicidade

a. O governo federal, através do Tesouro Nacional, emite títulos para o sistema financeiro com o objetivo de captar recursos. Este dinheiro ajudará no pagamento dos gastos do governo, algo que é comum em todos os países do mundo. Em 2002, o Tesouro resolveu estender esse benefício para as pessoas físicas, através de um programa conhecido como Tesouro Direto, acessível a todos as pessoas com um mínimo de R$ 30,00 e um máximo de R$ 1 milhão para aplicar (sendo o máximo como limitador ao mês).

b. A aplicação pode ser feita através de instituições financeiras. Provavelmente, seu banco oferece esse produto, que também é ofertado por corretoras.

c. Possui risco? Sim, do emissor, que é o governo. Se ele der calote, você não vai receber. Mas qual a chance de o governo não honrar seus compromissos? Muito, mas muito baixa mesmo. O volume de recursos ligados ao Tesouro Direto é de aproximadamente R$ 22 bilhões e a dívida que o governo tem com o sistema financeiro está na casa dos R$ 2,6 trilhões. Então, relaxe quanto à possibilidade de calote.

d. Você pode resgatar a aplicação diariamente - com recebimento do dinheiro no dia seguinte, se tiver alguma emergência. O único problema é que irá receber o preço vigente no dia, podendo perder dinheiro se sair no meio do caminho. Mas se levar o título até o vencimento, vai ficar muito feliz.

Vamos ver alguns exemplos numéricos dessa aplicação:

Publicidade

 Foto: Estadão

Repare que eu desconsiderei a inflação nos cálculos. Por que isso? Simplesmente porque não sei quanto vai ser a inflação. Mas cabe aqui uma explicação. Vamos imaginar que, com R$ 1 mil hoje, eu consiga comprar 5 calculadoras financeiras (R$ 200 cada). E em 2035 eu conseguirei comprar 15 - considerei aqui o primeiro valor (R$ 1.000) como referência. Se tiver inflação? Os R$ 3.053,27 sobem junto e você continua comprando as 15 calculadoras que falei antes. A não ser que o preço da calculadora suba mais do que a inflação. Não esqueça que esse papel é atualizado pela inflação do período de 20 anos - esse índice é o IPCA - mais uma taxa de juros, que quando fiz as contas estava em 6,86% ao ano.

Então, pense com carinho no futuro dos seus filhos. Você deseja encher hoje a criança de mimos ou preparar seu futuro? Não se esqueça de uma coisa importante: você poderá não mais estar por aqui lá na frente e ele terá que enfrentar a vida, sozinho. Com dinheiro extra, tudo pode mudar. Pense com carinho.

#Oremos

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.