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Após entusiasmo inicial, Europa reage cautelosamente a acordo sobre Grécia

Danielle Chaves, da Agência Estado

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Por Redação
Atualização:

LONDRES - As bolsas europeias operam em alta em reação à notícia de que os ministros de Finanças da zona do euro, o Eurogrupo, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alcançaram um acordo sobre a Grécia, descongelando uma ajuda financeira há muito esperada pelo governo grego. No entanto, os índices acionários já estão longe das máximas e o euro, que chegou a superar US$ 1,30, opera em baixa.

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Após uma reunião que durou até a noite em Bruxelas, as autoridades concordaram em reduzir a dívida da Grécia para 124% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020, estender os vencimentos dos empréstimos e cortar as taxas de juros que a Grécia está pagando pelos recursos internacionais. Também está prevista a recompra de dívida grega. Com o acordo o país poderá receber mais cerca de 44 bilhões de euros (US$ 57 bilhões) em ajuda, dos quais 34,4 bilhões de euros serão fornecidos já em dezembro. No entanto, os credores se recusaram a aceitar perdas com os empréstimos que fizeram ao país.

Uma das razões para a desaceleração do movimento positivo é o fato de muitos investidores já terem embutido nos preços anteriormente o fechamento de um acordo na reunião do Eurogrupo ontem, após diversos adiamentos. Outro motivo é o ceticismo com relação à solução da crise grega. "Nossa preocupação continua sendo que isso não será suficiente para tornar as finanças gregas sustentáveis e para permitir que a Grécia volte a se financiar no mercado em 2017", afirmou Michala Marcussen, diretora global de economia do Société Générale.

Além disso, com a questão da Grécia deixada para trás o foco dos mercados deverá se voltar para o problema do abismo fiscal nos EUA - a série de aumentos de impostos e cortes de gastos que entrarão automaticamente em vigência em janeiro caso o Congresso norte-americano não chegue a um acordo sobre como reduzir o déficit do país ao longo da próxima década.

Diante do prosseguimento lento das negociações para evitar o abismo fiscal, o presidente do Senado dos EUA, o democrata Harry Reid, e o líder dos republicanos na Casa, Mitch McConnell, expressaram ontem na tribuna frustração com as conversas. Mais cedo, uma fonte afirmou que o presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, conversaram no sábado por telefone sobre o assunto. A Casa Branca, por sua vez, publicou ontem um relatório afirmando que o abismo fiscal pode resultar em uma diminuição de 1,4 ponto porcentual no Produto Interno Bruto (PIB) real dos EUA.

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Às 7h50 (de Brasília), Londres subia 0,47%, Frankfurt avançava 0,65% e Madri tinha alta de 0,38%, enquanto o euro caía para US$ 1,2960, de US$ 1,2972 no fim da tarde de ontem, depois de ter atingido a máxima de US$ 1,3010 mais cedo. O dólar operava a 82,10 ienes, de 82,08 ienes ontem. As informações são da Dow Jones. 

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