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Aversão ao risco sustenta alta do dólar

Olívia Bulla, da Agência Estado

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Por Redação
Atualização:

Depois de interromper duas sessões seguidas de queda e fechar o pregão de ontem em alta, sob a vigilância do Banco Central, o dólar mantém o sinal positivo em relação ao real hoje, buscando uma acomodação da taxa de câmbio nacional em um patamar mais elevado. A aversão ao risco no exterior, em meio às crescentes preocupações com a Espanha e às elevadas tensões entre China e Japão, contribui para o movimento.

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Por volta das 9h15, na BM&F Bovespa, o contrato futuro do dólar para outubro caía 0,10%, a R$ 2,0355, na mínima, depois de abrir em alta e subir 0,15%, a R$ 2,0405, na máxima. Ja na abertura dos negócios no balcão, o dólar à vista subia 0,39%, a R$ 2,037, na maior cotação do dia até o momento.

Segundo um operador de tesouraria de um banco local, a moeda norte-americana tende a se manter orbitando na marca de R$ 2,03 nesta sessão, nos maiores níveis desde o começo do mês, o que mantém afastada a possibilidade de intervenção da autoridade monetária nos negócios locais. Porém, ressalta o profissional que falou sob a condição de não ser identificado, não está descartada a chance de o mercado doméstico de câmbio voltar a se aproximar o piso de R$ 2,00, o que poderia instigar o BC.

Porém, a menor disposição ao risco nos negócios limita essa tentativa, ao menos durante a manhã. No exterior, ainda por volta do mesmo horário, o euro caía a US$ 1,3058, de US$ 1,3117 no fim da tarde de ontem, em meio à resistência da Espanha em fazer um pedido formal de resgate financeiro aos parceiros da União Europeia (UE).

A relutância do governo do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, em concordar com um pacote de medidas de cortes de gastos, que estaria atrelado ao plano de socorro, eleva as preocupações quanto ao adiamento da assistência ao país e intervenção do Banco Central Europeu (BCE) no mercado secundário. Com isso, o yield (retorno ao investidor) do bônus espanhol de dez anos superasse 6% pela primeira vez desde que o BCE anunciou um novo programa de compra de títulos soberanos no mercado secundário, no último dia 6.

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Já o dólar caía a 78,63 ienes, de 78,71 ienes ao final do dia de ontem, com os investidores digerindo o aumento das tensões políticas entre China e Japão, em razão da disputa territorial por ilhas no Mar da China Oriental. As Bolsas de Tóquio, Hong Kong e Xangai fecharam em baixa, sendo que grandes empresas nipônicas suspenderam temporariamente as operações de filiais sediadas no país emergente.

Entre as moedas correlacionadas com commodities, o dólar norte-americano ganha terreno ante os dólares australiano e canadense, além da rupia indiana e a lira turca. Hoje, o Banco Central da Turquia cortou a taxa para a concessão de empréstimos no overnight em 1,5 ponto porcentual, para 10,0%, em uma tentativa de estimular o crescimento econômico. A decisão de cortar o teto do chamado "corredor" para a taxa básica de juros foi tomada em meio à contínua "incerteza econômica global", segundo afirmou a autoridade monetária em comunicado.

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