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BC volta a atuar, mas dólar tem leve alta e fecha a R$ 2,177

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Por Redação
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Foto: Morgue File

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Fabrício de Castro, da Agência Estado

Texto atualizado às 16h43

SÃO PAULO - Com a venda total em dois leilões consecutivos de US$ 4,5 bilhões em contratos de swap cambial, o Banco Central conseguiu apenas arrefecer a alta do dólar. A moeda norte-americana chegou a bater em R$ 2,18, migrou para o campo negativo, mas, na reta final do pregão, voltou a se valorizar. No fim, fechou com alta de 0,23%, cotada a R$ 2,177, que continua sendo o maior patamar de fechamento desde 30 de abril de 2009. O avanço da moeda dos EUA no exterior, as preocupações com a economia brasileira e a busca por hedge (proteção) no mercado futuro motivaram o movimento.

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Na cotação máxima da sessão, vista às 9h24, o dólar atingiu R$ 2,1850 (+0,60%) e, na mínima, às 10h12, marcou R$ 2,1610 (-0,51%). Esta cotação mínima foi verificada após os dois leilões, em sequência, feitos pelo Banco Central (BC). Perto das 16h30 (horário de Brasília), a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro de US$ 1,800 bilhão, sendo US$ 1,550 bilhão em D+2. O dólar pronto da BM&F teve leve baixa de 0,06%, para R$ 2,170, com apenas três negócios registrados. No mercado futuro, o dólar para julho era cotado a R$ 2,1845, em alta de 0,41%.

Pela manhã, o avanço do dólar no exterior também puxava as cotações ante o real, ao mesmo tempo em que havia forte pressão de alta da moeda americana no mercado futuro. Embora o Banco Central tivesse promovido um leilão de swap (equivalente à venda de dólares no mercado futuro) no fim dos negócios na segunda-feira, a moeda para julho subia com firmeza mais cedo. Profissionais ouvidos pelo Broadcast disseram que, com o avanço mais recente do dólar e as preocupações com a inflação brasileira, as empresas aumentaram a procura por hedge, por meio da compra de moeda estrangeira no mercado futuro.

"Parece ter ficado uma impressão de que o Banco Central está satisfeito com o atual patamar do câmbio, de R$ 2,10 a R$ 2,15. Mas existe a impressão de que, no futuro, o dólar possa subir mais, em razão do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano). Então as empresas se protegem", explica Sidney Nehme, sócio da NGO Corretora. "É um movimento geral, com o mercado apostando na alta do dólar. Por isso as empresas fazem hedge", acrescentou profissional da mesa de câmbio de um grande banco.

O problema é que, em meio ao cenário de indefinição, está difícil encontrar vendedores de moeda no mercado futuro. "Quem vai vender agora?", vem questionando outro profissional. Sobra justamente para o BC a função de vendedor de moeda no mercado futuro, por meio dos leilões de swap.

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Hoje, o BC fez dois leilões. A injeção total de liquidez no mercado futuro somou cerca de US$ 4,5 bilhões. No primeiro leilão, o BC ofertou e vendeu o lote integral de 60 mil contratos de swap cambial atrelado à Selic (cerca de US$ 3 bilhões), com vencimentos em 1º de agosto e 2 de setembro de 2013. Na segunda atuação, a autoridade monetária ofereceu um total de 40 mil contratos de swap (cerca de US$ 2 bilhões) com vencimentos em 2/9/2013 e 1º de outubro de 2013, mas vendeu 30 mil (cerca de US$ 1,5 bilhão).

Com as atuações, o BC conseguiu manter o dólar em baixa durante boa parte da sessão. Mas o exterior, onde a moeda americana estava em alta, na véspera da reunião do Fed, foi gradativamente conduzindo o dólar para o território positivo, fazendo a moeda encerrar a R$ 2,1770. A nova alta da moeda favoreceu o avanço das taxas dos contratos futuros de juros, em um contexto em que o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse no Senado que não há utilização de política cambial "nem para incentivar a economia nem para estabilizar a inflação".

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