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Bolsa cai no dia e na semana, mas sustenta alta no mês e no trimestre

Alessandra Taraborelli

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - O último dia útil do mês e do trimestre foi marcado pelo aumento de aversão ao risco no exterior, que levou a Bovespa a encerrar com queda 1,77%, aos 59.175,86 pontos, reduzindo os ganhos no mês para 3,71%. Dados ruins nos EUA e a expectativa com o teste de estresse dos bancos na Espanha ditaram o tom negativo dos negócios desde o início do dia. No meio da tarde, foram informados os resultados dos testes nas instituições espanholas e as bolsas tiveram fraca reação. Além disso, a forte queda de Vale, Petrobrás, Cielo e bancos contribuíram para o movimento pessimista da sessão.

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Na semana, o Ibovespa registrou recuo de 3,50%. Já no ano, o ganho é de 4,27% e, no trimestre, de 8,86%. Na mínima, o índice atingiu 58.864 pontos (-2,28%) e, na máxima, ficou estável, aos 60.240 pontos. O giro financeiro somou R$ 8,119 bilhões.

O tradicional rali de fim de mês e de trimestre foi ignorado hoje. Para o superintendente da Fator Corretora, Alfredo Sequeira, este movimento não aconteceu em razão do clima tenso no exterior e também porque por aqui o tripé da política monetária - câmbio livre, superávit primário e meta de inflação -, que sustenta a economia, está muito prejudicado. "O mercado está preocupado. O cenário econômico ainda causa preocupação e o investidor prefere operações mais curtas", disse.

O operador de uma importante corretora observou ainda que a Bolsa até tentou se segurar em campo positivo ao longo da semana, mas que ontem e hoje os estrangeiros entraram forte na venda e derrubaram o Ibovespa.

Na contramão das commodities no exterior, Petrobrás e Vale caíram mais de 1%. O papel ON da petroleira perdeu 1,19% e o PN, -1,50%. Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento em novembro encerrou com ganho de 0,37%, a US$ 92,19 o barril. Já a ação ON da mineradora registrou declínio de 1,06% e a PNA, -1,62%. Os contratos futuros de metais básicos negociados na London Metal Exchange (LME) fecharam em alta, embora ganhos registrados mais cedo tenham sido reduzidos perto do fim da sessão, com o ressurgimento de temores com a zona do euro.

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Já Cielo ON liderou as quedas do Ibovespa, com perda de 7,34%. O papel, assim como os bancos, ainda estão sendo influenciados pela decisão de governo de pressionar por taxas de juros menores. Além disso, o papel da credenciadora também reage a notícia publicada no 'Estado', de que o ministro do Turismo, Gastão Vieira, e o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, entregaram à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, documento pedindo a redução das taxas de administração cobradas pelos cartões de crédito aos estabelecimentos.

No caso de bancos, a notícia publicada na imprensa nacional, de que o Banco do Brasil deve anunciar ma nova rodada de redução de tarifas que já tinham sido ajustadas no início do ano, pesou sobre o setor e fez a ação ON do BB (-3,88%) também figurar entre os destaques de queda do Ibovespa. Também contribuiu o rebaixamento das ações do BB pelo Goldman Sachs - de compra para neutro. Bradesco PN perdeu 1,75%, Itaú Unibanco, -2,89% e Santander units, -2,95%.

Já o lado positivo foi liderado por Transmissão Paulista PN (+3,09%), seguida de Klabin PN (+2,91%) e CCR ON (+2,86%).

Em Nova York, o índice Dow Jones perdeu 0,36%, o S&P 500 caiu 0,45% e o Nasdaq, -0,65%.

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