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Bolsas da Europa fecham em forte queda e euro recua abaixo do patamar de US$ 1,30

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Por Bianca Lima
Atualização:

Gabriel Bueno, da Agência Estado

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Os principais índices das bolsas europeias fecharam em queda nesta quarta-feira, com o euro recuando abaixo do patamar de US$ 1,30. Os temores sobre a crise da dívida soberana da Europa se mesclaram ao desânimo com a falta de ação do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) para enfrentar a crise. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 2,05%, ou 4,86 pontos, para 232,44 pontos.

No mercado doméstico, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em queda de 0,83%, aos 57.018 pontos. Já o dólar sobe 1,08%, cotado a R$ 1,8740. Em Nova York, os principais índices de ações também registram perdas. Dow Jones cai 0,75%, S&P 500 cede 0,77% e Nasdaq perde 1,40%.

As ações na França tiveram perdas particularmente fortes. Em Paris, o CAC 40 caiu 3,33%, para 2.976,17 pontos. Entre os bancos franceses, Société Générale perdeu 8%, BNP Paribas recuou 7,4% e Crédit Agricole caiu 6,7%.

O economista-chefe do Saxo Bank, Steen Jakobsen, disse em comentários por e-mail que os mercados também foram afetados pela especulação sobre a possibilidade de um rebaixamento do rating da França. Segundo ele, há a expectativa no mercado de que toda a zona do euro possa ser rebaixada.

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Analistas notaram que as incertezas em relação à crise da dívida soberana eram em grande medida responsáveis pelo dia ruim, além do desânimo trazido pelo Fed. "Houve desapontamento com a decisão do Fed", disse Ian Hunter, analista sênior de ações da Dolmen Stockbrokers.

Além disso, na Itália, um leilão de bônus de 5 anos, a quantia máxima pretendida, porém pagando o maior yield (retorno ao investidor) da era do euro, de 6,47%. O índice FTSE MIB, da Bolsa de Milão, registrou queda de 2,84%, para 14.430,02 pontos, com as ações da fabricante de automóveis Fiat perdendo 5,5%.

No mercado de câmbio, o euro recuou a seu nível mais baixo desde janeiro ante o dólar. A moeda se desvalorizou 0,4%, para US$ 1,2982, perto do horário de fechamento das bolsas.

A maior perdedora no índice Stoxx 600 foi a anglo-holandesa Logica, do setor de tecnologia da informação. Os papéis da empresa desabaram 16,1%, após ela informar que acelerará um plano envolvendo 1.300 cortes de empregos, por registrar ainda mais fraqueza em seus negócios desde setembro.

A Inditex subiu 1,7%, após a varejista espanhola informar sobre um ganho de 10% em seu lucro líquido e em suas vendas, nos nove meses encerrados em 31 de outubro, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse foi, porém, um dos poucos casos de varejistas que tiveram um dia bom na Europa.

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A varejista francesa Carrefour recuou 5,3%, enquanto a alemã Metro perdeu 3,6%.

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O Instituto Ifo afirmou nesta quarta-feira que a economia alemã deve se desacelerar para um crescimento de 0,4% em 2012, por causa da crise da dívida soberana europeia e da demanda global mais fraca. Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX perdeu 1,72%, para 5.675,14 pontos, com papéis de carros como BMW e Volkswagen recuando 5,1% e 4,5%, respectivamente. As ações da Daimler perderam 3,1%.

As ações dos setores de energia e mineração foram bastante atingidas nesta quarta-feira, com os futuros de petróleo, ouro e prata registrando perdas. A gigante francesa do setor de petróleo Total caiu 2,4%.

Em Londres, a BP e a Royal Dutch Shell recuaram 2,5% e 2,2%, respectivamente. Entre as mineradoras, Fresnillo recuou 9,7% e Rio Tinto perdeu 4,7%. Com as perdas, o índice FTSE 100 recuou 2,25% na Bolsa de Londres, para 5.366,80 pontos.

O Banco Central da Noruega cortou sua taxa de juros em meio ponto porcentual, para 1,75%, em uma tentativa de estimular a economia em um cenário de turbulência nos mercados.

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O índice Ibex 35, da Bolsa de Madri, fechou em queda de 1,75%, em 8.182,00 pontos. Em Portugal, o PSI 20, da Bolsa de Lisboa, recuou 1,39%, para 5.268,37 pontos.

(Com informações da Dow Jones)

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