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China pesa e Bovespa recua 0,64%

Alessandra Taraborelli, da Agência Estado

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Por Redação
Atualização:

A China voltou a dominar o noticiário e ditou o mau humor generalizado nos mercados acionários. A Bovespa encerrou esta terça-feira com recuo de 0,64%, aos 67.295,56 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 5,568 bilhões (dados preliminares), o menor desde 22 de fevereiro. A queda das commodities pesou sobre as ações de mineradoras e siderúrgicas, que também fecharam em território negativo. As ações da Vale caíram 1,53% a ON e 0,83% a PNA.

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Notícias negativas vindas da China fizeram crescer o temor sobre a desaceleração da demanda chinesa. Hoje, o que mais influenciou os investidores foram as declarações do presidente da divisão de minério de ferro da mineradora australiana BHP Billiton, Ian Ashby. Também contribuiu para o nervosismo a fala do ex-conselheiro do Banco Popular da China (PBOC, banco central chinês, na sigla em inglês) Xia Bin.

Ashby disse que a demanda da China por minério de ferro está "se achatando" e isso atingiu em cheio os preços das commodities e das moedas de países exportadores de matérias-primas. Até porque, ao mesmo tempo, houve aumento de combustíveis na China, o segundo do ano.

Já Xia disse esperar crescimento médio de 7% na economia chinesa nos próximos 5 anos. Afirmou, porém, que a taxa relativamente mais lenta de crescimento não significa que Pequim deva relaxar a política monetária. Segundo Xia, a desaceleração da economia deve levar Pequim a acompanhar os riscos no mercado imobiliário do continente. Xia disse, ainda, considerar improvável que a taxa anual de crescimento da China caia abaixo de 6%, mesmo com a desaceleração do crescimento global, dado o aumento do poder aquisitivo local.

Para o operador de Bolsa da HCommcor DTVM Rafael Dornaus, a notícia hoje é apenas uma justificativa para a realização de lucros. "Não assusta (a notícia), é um movimento de realização de lucros puxado pela notícia sobre China", disse. Segundo outra fonte, a Bolsa tende a ficar reagindo as notícias pontuais para o bem ou para mal.

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No pior momento do dia, o Ibovespa atingiu a mínima de 66.704 (-1,52%) e, na máxima, 67.725 pontos (-0,01%).

Assim como os metais básicos que fecharam em queda hoje na London Metal Exchange, pressionados pela valorização do dólar no decorrer da sessão e pela aversão ao risco por parte dos investidores, as ações das siderúrgicas por aqui, também amargaram quedas. A Gerdau PN (-2,19%); Metalúrgica Gerdau PN (-2,11%), Siderúrgica Nacional ON (-0,47%) e MMX ON (-1,68%).

Petrobras também seguiu o petróleo no mercado internacional e caiu. O papel ON cedeu 0,96% e o PN, -0,45%. Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento em abril encerrou com queda de 2,29%, a US$ 105,61 o barril.

Por outro lado, as empresas voltadas para o consumo doméstico figuraram entre os destaques de alta do Ibovespa. Cyrela ON (+3,34%), Hypermarcas ON (+3,18%), MRV ON (+2,87%) e Light ON (+2,50%).

Lá fora, não foi diferente, e os mercados acionários em Nova York também terminaram no vermelho. O índice Dow Jones fechou com queda de 0,52%, o S&P 500 caiu 0,30% e o Nasdaq, -0,14%.

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