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Dólar fecha em queda de 3,50%, a R$ 2,01, com avanços na UE e intervenção do BC

Cristina Canas, da Agência Estado

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Por Bianca Lima
Atualização:

Texto atualizado às 18h25

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SÃO PAULO - O semestre chegou ao fim com uma surpresa positiva da União Europeia. Antes mesmo de encerrarem a reunião de cúpula que começou ontem e se estendeu até o final da manhã desta sexta-feira, os líderes da região anunciaram várias medidas pelas quais o mercado esperava ansioso, mas já tinha perdido as esperanças de ver se tornarem realidade. O euro pulou da casa de US$ 1,24 para quase US$ 1,27 na máxima de hoje e a cotação do dólarante o real despencou.

Até porque, internamente, a queda do dólar contou com dois outros fatores de peso. A realização de mais um leilão de swap cambial - que equivale à venda de dólares no mercado futuro - e a remoção da regra que impedia que os exportadores fizessem operações de pré-pagamento com instituições financeiras e outras empresas que não fossem os importadores de seus produtos. Somente hoje, o BC injetou no mercado US$ 2,990 bilhões. Somados aos outros dois leilões de contratos de swap, feitos ontem e na quarta-feira, são cerca de US$ 9 bilhões, sendo US$ 3 bilhões representando uma rolagem e US$ 6 bilhões de dinheiro novo no mercado.

O resultado foi uma queda de 3,50% no dólar à vista de balcão, o que acabou resultando em perda de 0,35% no mês de junho. Ainda assim, o dólar terminou o semestre com alta acumulada de 7,54%, saindo de R$ 1,869 no fechamento de 2011 (dia 29 de dezembro, último dia útil do ano), para R$ 2,010 no final da sessão de hoje. Em 12 meses, o dólar à vista acumula alta de 28,11%. A taxa oficial do banco central (Ptax), usada nos contratos formais e nos balanços, encerrou o semestre em R$ 2,0213, com perda de 3,31% no dia e recuo de 0,05% em junho, No acumulado do semestre a Ptax tem valorização de 7,76% e, em 12 meses, o avanço é de 7,76%.

Os contratos de dólar julho, que serão liquidados na segunda-feira pela Ptax de hoje, cotavam o dólar a R$ 2,021 (-2,70%) faltando pouco mais de meia hora para o encerramento do pregão. O dólar agosto valia R$ 2,025, com desvalorização de 3,23%.

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Lá fora, além da desvalorização ante o euro, o dólar perdeu espaço para outras moedas de risco, principalmente aquelas atreladas às commodities, como é o caso do real. Entre as principais medidas europeias que alimentaram o apetite por risco que encerrou o semestre está a criação de um órgão supervisor comum para os bancos, com o envolvimento do Banco Central Europeu (BCE), que vai permitir que o fundo de resgate permanente (ESM) recapitalize as instituições financeiras, sem passar pelos governos. Além disso, foi confirmado que o resgate aos bancos espanhóis será feito pelo mecanismo de socorro atual (EFSF), ao mesmo tempo em que deixou de existir a prioridade de recebimento para os países credores, em detrimento dos investidores privados, no caso de um default.

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