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Dólar futuro sobe com crise na Espanha e BC no radar

Silvana Rocha, da Agência Estado

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Por Redação
Atualização:

O dólar abriu em alta no mercado futuro brasileiro, enquanto no exterior a moeda americana opera com sinais mistos: exibe leve ganho ante o euro; ligeira baixa diante do iene; e oscila sem direção única em relação a moedas com forte correlação com commodities.

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O contrato de dólar com vencimento em 1º de agosto de 2012, que concentra a liquidez, abriu em alta de 0,10%, a R$ 2,0440 - mínima até o momento. Logo em seguida, às 9h02, registrou a máxima, de R$ 2,0470 (+0,25%).

Os participantes do mercado global têm hoje a confirmação dos temores recentes. O governo da Espanha está considerando a possibilidade de pedir um pacote de resgate total. A perspectiva minimiza reações dos investidores ao dado de atividade anunciado na China melhor que o esperado. Também nutre esperanças de que o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, em discurso hoje durante conferência do Fundo Nacional de Defesa da Infância, em Cincinnati (Ohio), possa dar algum sinal sobre o timing de uma nova rodada de estímulos à economia americana, já cogitada recentemente pela autoridade monetária.

No Brasil, esta é a terceira sessão seguida em que o dólar reabre em alta, após uma sequência de cinco quedas acumuladas em 1,08%. Pela sinalização dada ontem pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o dólar deve se manter forte para estimular a produção industrial brasileira num cenário de crise internacional.

Tombini sinalizou que a autoridade monetária deve garantir a sustentação da moeda americana, porque o real mais fraco já ajuda a indústria. Segundo ele, o governo só intervém nos mercados de câmbio quando eles estão funcionando mal, e vai voltar a fazê-lo se necessário.

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Nesta semana em que prevalecem as rolagens de contratos futuro de câmbio por causa da proximidade do fim de mês, a expectativa imediata é de que o BC poderá fazer a rolagem do próximo vencimento de cerca de US$ 4,5 bilhões em contratos de swap cambial em 1º de agosto.

Tombini afirmou ainda que o País continua sendo um destino muito forte para o investimento estrangeiro direto (IED), que será mais do que suficiente para cobrir o déficit em conta corrente este ano. "Espero que Investimento Estrangeiro Direto (IED) continue evoluindo favoravelmente".

A nota do BC com o resultado das contas externas relativo ao mês de junho e a revisão das projeções para o ano será divulgada daqui a pouco, às 10h30. Economistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções esperam um déficit de US$ 3,000 bilhões a US$ 6,800 bilhões para as transações correntes do balanço de pagamentos de junho. A partir deste intervalo, a mediana encontrada é negativa em US$ 4,500 bilhões. Para o IED, o levantamento do AE Projeções aponta expectativas de um resultado de US$ 4,000 bilhões a US$ 6,500 bilhões, com mediana calculada de US$ 5,450 bilhões. Em maio, o número efetivo foi de US$ 3,716 bilhões.

Na zona do euro, um possível pedido de resgate amplo pela Espanha permitiria ao país honrar sua dívida e evitar um colapso financeiro "iminente", caso o Banco Central Europeu não retome a compra de títulos espanhóis para ajudar a reduzir os custos de financiamento, segundo publicou hoje o jornal espanhol El Economista.

Na semana passada, a Espanha obteve a aprovação da União Europeia para um plano de ajuda de até 100 bilhões de euros para os bancos espanhóis. De acordo com a publicação, a ajuda seria temporária e ficaria em vigor até a criação de um órgão supervisor do setor bancário da zona do euro e o lançamento do Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês), que ofereceriam soluções de mais longo prazo.

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Na China, o índice de atividade da China preliminar de julho, medido pelo HSBC, veio melhor que o esperado, porém, ainda abaixo de 50, o que indica contração da economia. Por isso, o impacto sobre os negócios é restrito.

Em Nova York, às 9h11, o euro recuava a US$ 1,2091, de US$ 1,2117 no fim da tarde de ontem. O dólar americano caía 0,22% ante o dólar australiano; perdia 0,10% diante do dólar canadense, subia 0,20% em relação à rupia indiana; e cedia 0,29% ante o dólar neozelandês.

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