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Europa fecha em forte baixa e Bovespa cai mais de 5%

As principais praças financeiras da Europa despencaram nesta quinta-feira diante da piora do cenário externo, com a indefinição sobre a Grécia e o temor crescente de calote, além de declarações pessimistas do Banco Central dos Estados Unidos sobre a economia mundial. Londres fechou em queda de 4,67%, Frankfurt cedeu 4,96% e Paris recuou 5,25%.

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Por Bianca Lima
Atualização:

O mercado doméstico acompanha as bolsas internacionais e opera com forte desvalorização. O Ibovespa recua 5,49%, aos 52.916 pontos. Em Nova York, os sinais negativos se repetem, mas com intensidade menor: Dow Jones perde 3,64%, Nasdaq cai 2,95% e S&P 500 recua 3,20%.

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Os contratos de proteção contra risco de crédito da Alemanha, Itália e Espanha atingiriam recorde de alta nesta quinta na esteira dos fracos indicadores econômicos europeus.

Divulgados pela manhã, os dados acentuaram as preocupações com as condições da economia global provocadas pelo anúncio ontem do Federal Reserve (BC dos EUA) de que as dificuldades ao crescimento e aos mercados financeiros devem persistir. O indicador de atividade da zona do euro, por exemplo, indicou contração em setembro, a primeira desde julho de 2009.

Na quarta-feira, o Fed deu mais um passo não convencional para tentar estimular a economia norte-americana que flerta com a recessão, afirmando que vai aumentar a fatia de Treasuries (títulos) de longo prazo de sua carteira em US$ 400 bilhões até junho de 2012, num esforço para tornar o crédito mais barato e impulsionar os gastos e os investimentos.

Para manter as taxas de hipotecas baixas, o BC norte-americano também disse que vai reinvestir os recursos dos ativos lastreados em hipotecas e das dívidas das agências que vencerem em ativos hipotecários. O resultado prático das medidas, contudo, tem efeito duvidoso.

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No mercado de câmbio doméstico, o dólar sobe 1,90% e é cotado a R$ 1,88. A moeda chegou a atingir a máxima de R$ 1,9530, mas perdeu força após o Banco Central anunciar a retomada da oferta de contratos de swap cambial tradicional (venda de dólar no mercado futuro), que não era realizada pela autoridade monetária desde 26 de junho de 2009.

O swap cambial é uma troca oferecida pelo Banco Central aos investidores por meio da venda de contratos em leilões no mercado. No swap cambial tradicional, o Banco Central oferece ao investidor receber remuneração em juro, em troca da remuneração em dólar.

Esses contratos foram muito vendidos nas épocas de forte valorização do real. Como nos contratos de swap cada uma das pontas se compromete a pagar a oscilação de uma taxa, se a variação do juro for maior que a do câmbio no período de vigência do contrato, o investidor receberá mais do que precisará pagar.

Mais cedo, as Bolsas da Ásia também fecharam em queda, com baixas superiores a 2%. O índice Nikkei de Tóquio encerrou com perda de 2,1%, para 8.560,26 pontos. Na China, o índice Xangai Composto perdeu 2,8% e encerrou aos 2.443,06 pontos.

Texto atualizado às 14h19

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(Com Agência Estado)

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