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Expectativa com Espanha faz Ibovespa abrir em queda

Fabrício de Castro

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Por Redação
Atualização:

A cautela que predomina no exterior, após os ganhos de ontem e com os investidores à espera dos resultados dos testes de estresse dos bancos espanhóis, traz um viés de baixa para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), pelo menos na abertura. Mas o encerramento de mês - e de trimestre - hoje pode sugerir certa recomposição de preços na Bolsa, com os fundos querendo garantir cotas mais altas. Por enquanto, as bolsas europeias e os futuros de Nova York registram perdas, assim como o Ibovespa, que perdeu os 60 mil pontos em poucos minutos de sessão.

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Às 10h13 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 0,98%, aos 59.651 pontos. Em Nova York, o S&P futuro tinha baixa de 0,46% e o Nasdaq futuro recuava 0,32%. Na Europa, com os índices à vista já operando, Londres caía 0,20%, Paris recuava 1,35%, Frankfurt tinha baixa de 0,53%, Madri recuava 1,17% e Milão caía 1,40%.

"Por conta da Espanha, o mercado aponta para realizações hoje", comentou há pouco um operador ouvido pela Agência Estado. Segundo ele, o fato de o Ibovespa à vista também estar próximo dos 60 mil pontos tem feito o mercado testar este suporte ao longo das sessões nos últimos dias. "Mas por mais que venha a romper (o suporte de 60 mil pontos) no intraday, o Ibovespa tem voltado (para acima disso), com os investidores ficando com um pé atrás", acrescentou.

Conforme cálculo da equipe da Um Investimentos, existe um nível de suporte mais especificamente nos 59.740 pontos. Abaixo disso, o Ibovespa tem próximo fundo imediato em 56.236 pontos. Do lado da alta, a resistência está nos 62.000.

Hoje as atenções se voltam novamente para a Espanha, que divulga às 13 horas os resultados dos testes de estresse dos bancos do país. Mais cedo, a Espanha informou que seu índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) harmonizado avançou 3,5% em setembro, ante o mesmo mês do ano passado, acelerando ante a alta anual de 2,7% em agosto. Já Simon O'Connor, porta-voz do comissário europeu para assuntos econômicos, Olli Rehn, afirmou que é muito cedo para avaliar a série de medidas de austeridade anunciadas ontem pelo governo da Espanha. O país prometeu reduzir seu déficit orçamentário para 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e para 4,5% em 2013.

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Esta expectativa com a Espanha contribui para as perdas verificadas em Nova York, que ontem acumulou ganhos. A agenda norte-americana traz hoje o índice de atividade industrial regional (gerentes de compras) de setembro de Chicago e o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan neste mês. Há pouco, o país informou que a renda pessoal subiu 0,1% em agosto (ante previsão de alta de 0,2%) e que os gastos com consumo subiram 0,5% no mesmo mês (dentro do previsto). O índice de preços PCE avançou 0,4% em agosto ante julho.

No campo corporativo, os investidores vão observar com atenção o encontro de secretários de Fazenda (Confaz) em Campo Grande. Na reunião será debatida a proposta de elevação da alíquota do ICMS sobre a fatura de TV por assinatura, atualmente de 10% e que pode subir para 25% ou 35%. Ontem esta possibilidade já pesou sobre os papéis de empresas de telefonia, como Oi, Vivo e TIM.

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