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Exterior traz viés negativo para Bovespa

Fabrício de Castro, da Agência Estado

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Por Redação
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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) pondera hoje dois fatores conflitantes: o viés de baixa verificado no exterior e os estímulos à economia brasileira, anunciados ontem. Mas a tendência é de que, pelo menos no início do dia, o pessimismo externo se sobreponha às notícias locais, conduzindo o Ibovespa no território negativo. A expectativa para o discurso de amanhã do presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, no simpósio de Jackson Hole, limita os movimentos dos investidores, que esperam por nova injeção de liquidez na economia americana. Além disso, a Vale segue no radar, após seus papéis preferenciais já terem caído 10,82% apenas em agosto.

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Às 10h07 (horário de Brasília), o Ibovespa à vista recuava 0,17%, aos 57.274 pontos. Em Nova York, o S&P futuro tinha baixa de 0,37% e o Nasdaq futuro recuava 0,39%. Na Europa, com os índices à vista já operando, Londres caía 0,19%, Paris cedia 0,44%, Frankfurt recuava 0,79% e Madri tinha baixa de 1,04%.

Na Europa, as preocupações com a zona do euro coloca os índices de ações no território negativo. Além do índice de confiança do consumidor na região ter recuado de 87,9 em julho para 86,1 em agosto, um assessor econômico da chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou esperar que o Banco Central Europeu (BCE) compre títulos soberanos da Espanha e da Itália "aos poucos". "O BCE não pode mostrar a 'grande bazuca'. A instituição não tem esse mandato", afirmou. Este viés negativo é percebido também em Nova York e no Brasil.

Fatores internos, no entanto, podem trazer um viés positivo para algumas ações brasileiras. Ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a prorrogação do prazo de corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e comerciais leves, para até 31 de outubro. No caso de eletrodomésticos, o prazo do imposto reduzido foi estendido até o fim de dezembro. Já o IPI reduzido no setor de material vai até o fim de 2013. Mantega anunciou ainda reduções nas taxas de juros para a compra de máquinas e equipamentos. Além disso, o Banco Central reduziu a Selic de 8,00% para 7,50%.

"O IPI vai mexer pontualmente com alguns papéis da Bolsa, como os de varejo. Mas isso não será capaz de apagar a baixa trazida pelo exterior", afirmou Pedro Galdi, estrategista da SLW. Segundo ele, a agenda norte-americana para o restante do dia pode trazer dar nova direção para os negócios, mas a volatilidade deve seguir intensa em função da expectativa com a fala de Bernanke, amanhã. Há pouco, os EUA informaram que os pedidos de auxílio-desemprego na semana ficaram estáveis, em 374 mil, após ajustes sazonais.

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Os papéis da Vale devem continuar na berlinda. Há pouco, o índice TSI (The Steel Index) apontou novo recuo nos preços do minério de ferro, para US$ 88,7 a tonelada seca - abaixo da faixa de US$ 90. O preço corresponde ao do minério com teor de 62% de ferro importado no porto de Tianjin, na China. Ontem, os papéis da Vale já haviam desabado em razão da queda do minério de ferro e da desaceleração chinesa. Agora, um novo suporte para as ações PNA será observado. "As ações preferenciais da Vale seguem recuando após perder o expressivo ponto de suporte nos R$ 34,51 e outro nos R$ 33,51. Mantendo-se abaixo desta região, tem próximo ponto no fundo formado em outubro de 2009 em R$ 31,00", citou a equipe da Um Investimentos em análise distribuída a clientes.

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