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Sem leilão do BC, dólar à vista recua na contramão do exterior

Silvana Rocha

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - O dólar no mercado à vista de câmbio fechou em baixa e nas mínimas do dia, na contramão da valorização exibida pela divisa dos EUA no exterior. A moeda norte-americana chegou a subir ante o real na primeira parte dos negócios, acompanhando o movimento de alta no exterior e pressionada por um fluxo cambial mais negativo em meio à dúvida se o Banco Central voltaria a fazer compra de dólar no mercado futuro, via leilão de swap reverso.

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Sem a atuação do Banco Central até o fim da manhã, os agentes financeiros foram ofertar moeda em mercado, sobretudo na sessão vespertina, pressionando as cotações para baixo. Hoje foi a primeira vez em uma semana que o BC não fez esse tipo de leilão. Desse modo, a taxa Ptax de hoje, que é formada até às 13 horas, ficou em R$ 2,0274, com queda de 0,19% ante o fechamento de ontem. O giro financeiro total à vista foi um pouco maior que o anterior, mas ainda é considerado pequeno.

O operador Ricardo Gomes da Silva Filho, da Correparti Corretora, de Curitiba, disse que o volume de negócios manteve-se relativamente fraco porque o início da greve dos bancários no País hoje já afetou os negócios com câmbio, principalmente em instituições médias e pequenas. "O volume financeiro discreto expressa um mercado com pouca energia, já por causa da greve de bancários", afirmou.

Segundo um operador de tesouraria de um grande banco nacional, o mercado de câmbio doméstico foi mais vendedor hoje porque não se sente estimulado a carregar grandes posições em dólar após a expectativa de aumento da liquidez global derivada do afrouxamento quantitativo (QE3) nos Estados Unidos. Sem a atuação do BC hoje por meio de leilão de swap reverso, os agentes foram ofertar moeda em mercado, num movimento que pressionou as cotações para baixo, afirmou. "Com a maior liquidez externa, cresce a dificuldade do BC em conter a valorização do real", avaliou.

Lá fora, a divisa norte-americana subiu em relação ao euro e algumas moedas de emergentes correlacionadas com commodities em meio à tensão dos agentes financeiros com a resistência da Espanha em pedir ajuda ao Banco Central Europeu. Em Nova York, às 17h13, o euro caía a US$ 1,3044, ante US$ 1,3117 no fim da tarde de ontem. O dólar norte-americano ganhava 0,25% diante do dólar australiano.

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Nos negócios locais, o dólar à vista encerrou a R$ 2,0220, baixa de 0,34% e no piso intraday do balcão; a máxima foi de R$ 2,0370 (+0,39%). Na BM&F, o dólar spot encerrou com queda de 0,18%, a R$ 2,0250. O giro total registrado na clearing de câmbio até 17h06 somava US$ 1,960 bilhão - 22% maior que o anterior. Desse total, US$ 1,91 bilhão foram movimentados para liquidação em dois dias úteis (D+2).

No mercado futuro, às 17h11, o dólar para outubro de 2012 recuava 0,52%, a R$ 2,0270, com giro de US$ 13,893 bilhões. O total transacionado com quatro vencimentos negociados - todos em baixa - somava US$ 13,919 bilhões.

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