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A tradução da economia

A atual situação econômica da Argentina

Quem está minimamente atento ao noticiário ou é amigo de quem está, com certeza se assustou com informações sobre a Argentina. E não é por menos. A maioria dos dados econômicos dos nossos Hermanos gera esse tipo de reação. Por isso nós do Econoweek fizemos o vídeo abaixo para trazer alguns (poucos) dados econômicos do país para conhecimento de vocês. Estes que serão explorados e atualizados (dada a conjuntura volátil) abaixo.

Por Canal Econoweek
Atualização:

Conforme dissemos acima, a conjuntura argentina está terrível e, além disso, mudando de maneira muito veloz, por isso pontuamos que os dados dessa matéria foram colhidos no dia de sua publicação.

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Começando pela moeda. No final de 2013, um dos integrantes do nosso time esteve por lá e pode verificar um período no qual era necessário 6 Pesos para comprar um Dólar. Na mesma época o brasileiro comprava um Dólar com R$ 2,30. Em outras palavras, os argentinos precisavam de ARS 2,60 para comprar um Real.

Olhar a cotação de uma moeda em Dólar é comum no mercado financeiro por ser a moeda de referencia econômica global, mas vamos tentar a todo o momento facilitar essa notação.

O ano de 2013 ficou para traz e com ele a politica de controle cambial. Os Hermanos liberaram o cambio e obviamente ele corrigiu as distorções que estava sendo ofuscadas pelo controle. Hoje, é necessário quase 37 Pesos para comprar um único Dólar. Se eles quiserem comprar um real terão que desembolsar quase 10 pesos.Nosso cambio também piorou, precisamos de R$3,70 para comprar um Dólar, o equivalente a uma desvalorização da nossa moeda de 161%, mas ainda longe dos 516% que desvalorizou o Peso argentino.

Evidentemente alguns de vocês devem ter pensado, então ficou muito barato ir pra Argentina. Ousados pensarão em comprar propriedades por lá. "Vou comprar a Quilmes!". Calma meu lindo. A inflação lá também subiu muito. Ou seja, comprar as coisas lá também ficou mais caro.

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Por partes. Ao pensar que 1 Real valia 2,6 Pesos e, em 2013, com esse dinheiro você comprava uma Coca-Cola por lá, é natural pensar que se 1 Real vale 10 Pesos hoje podemos comprar 4 Coca-Colas, mas isso não é verdade exatamente porque o preço do refrigerante subiu por lá também. Aliás, para ser preciso, de setembro de 2013 para setembro de 2018, a inflação foi de 337%, o que significa que se a Coca-Cola subiu na média dos preços gerais da economia Argentina, você não conseguiria comprar nenhum refrigerante.

Pois é! Você não leu errado não e a gente não esqueceu de colocar uma virgula não. Aqui no Brasil os preços avançaram apenas 36,4% no mesmo período, enquanto na Argentina avançou 337%. Assustador!

Com isso a economia por lá vem se deteriorando. Se pelo menos eles tivesse exibido um robusto crescimento seria um alívio, mas isso não foi verdade.  Nos últimos dose meses os Hermanos deixaram de produzir 4,2% de uma produção que já é horrível. Exatamente, o PIB deles no 2T18 foi -4,2%. E de setembro/13 até hoje o país avançou apenas 3,0%, o equivalente a um crescimento de 0,6% ao ano. O Brasil, em sua pior crise, decresceu no período -1,26%. Imagina se a gente tivesse a inflação que eles têm por lá.

Enfim, nesse breve texto deu para ter uma pequena noção de como a situação da Argentina é calamitosa. Isso porque não chegamos a citar a grande raiz dos problemas, as contas publicas. Por lá eles não tem fontes de financiamento interna ou externa, chegando ao ponto de recorrer aos recursos do FMI. Desejamos aqui toda a sorte aos nossos Hermanos.

O conhecimento é sempre uma saída.

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