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Chip da Intel causa prejuízos

O chip mais sofisticado da Intel, o Sandy Bridge, apresentou defeito de projeto e está sendo recolhido. Será substituído por um novo modelo, até o final de fevereiros. Grandes corporações, clientes da Intel, foram prejudicadas pelo chip defeituoso, porque já haviam lançado diversos computadores baseados no Sandy Bridge.

Por Ethevaldo Siqueira
Atualização:

Os maiores fabricantes de computadores do mundo - entre os quais as americanas Hewlett-Packard (HP) e a Dell, a taiwanesa Acer, a coreana Samsung, a japonesa NEC e a chinesa Lenovo - foram diretamente afetados pela falha de projeto detectada nos chips de última geração da Intel, denominados Sandy Bridge. Concebidos principalmente para a geração de gráficos em microcomputadores, eles eram a resposta da Intel para enfrentar competidores como a Advanced Micro Devices (AMD), NVidia, Texas e ARM. 

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A Samsung informou já comercializou cerca de 3 mil computadores com o novo chip defeituoso, na Coreia do Sul e adiantou que indenizará os compradores de seus computadores pessoais. Até a manhã de ontem, a Lenovo, maior fabricante chinês de computadores, não tinha a exata dimensão de seus problemas, mas prometeu a seus clientes corrigir os problemas com a maior urgência possível. A Dell informou à imprensa especializada que a falha dos chips da Intel afetará diretamente quatro produtos da empresa (os desktops vendidos sob as marcas XPS, Vostro e dois Alienware). Muitos dos produtos que utilizam o chip defeituoso começaram a ser comercializados no dia 9 de janeiro.

A NEC Corporation, por sua vez, informou que suspenderá o lançamento de 4 modelos de computadores. A HP terá que adiar o anúncio de seus novos desktops e laptops, anteriormente previsto para a próxima semana, em São Francisco. As ações da empresa, no entanto, subiram 14 cents, alcançando US$ 46,66 às 9h36 na Bolsa de Nova York. Ao longo de todo o ano passado, a queda dessas ações foi de 18%.

O prejuízo da Intel, maior fabricante mundial de microprocessadores, com a perda de vendas e a correção dos defeitos, é estimado em US$ 1 bilhão. A falha de projeto dos novos componentes reconhecida pelo fabricante está localizada na parte de suporte do chip set, que é o conjunto de circuitos integrados que operam associados ao microprocessador principal.

A Intel afirma que já corrigiu o erro de projeto e que deverá entregar os novos microprocessadores até o final de fevereiro, com a nova versão, já foi denominada de Cougar Point - e do qual foram entregues os primeiros 8 milhões de unidades a alguns clientes, de um total superior a 100 milhões de chips encomendados.

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A grande disputa

A falha de projeto dos chips Sandy Bridge ocorre num dos piores momentos da vida da Intel, quando a empresa trava verdadeira guerra com seus maiores competidores, fabricantes de microprocessadores - como a AMD, a Qualcomm, a ARM, a Texas e, em especial, a Nvidia. Todos têm seus chips de última geração, em fase de lançamento ou recentemente lançados no mercado.

Depois do lançamento dos chips Intel i3, i5 e i7 há cerca de um ano, a empresa apostava tudo nessa segunda geração, a dos Sandy Bridge, com tecnologia de 32 nanômetros, que lhe assegura um grau de miniaturização de vanguarda, baixo consumo de energia, e a associação de processadores de dados (CPU) e de gráficos (GPU), com quatro núcleos (quadcore).

Mais do que os eventuais prejuízos financeiros, a falha de projeto dos chips Sandy Bridge atinge a imagem de uma empresa que, até aqui, tem gozado de alto prestígio em matéria de avanço tecnológico e confiabilidade de seus produtos.

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