fabiogallo
05 de dezembro de 2016 | 05h00
Após a última reunião do Copom, alguns analistas já entendem que o ritmo de queda dos juros será mais gradual do que o esperado. Como isso afeta as minhas decisões de investimento? Estava considerando arriscar mais, mas agora me parece que é hora de ser cauteloso.
Um cenário de maior incerteza pressupõe mais cautela nos investimentos. Sem dúvida as alterações ocorridas no cenário econômico afetam as decisões de aplicações financeiras. A sinalização do Copom de que os juros irão cair em ritmo menos acelerado mostra que há dúvidas sobre a queda dos preços e sobre o cenário econômico como um todo. Por outro lado, as suas decisões sobre investimentos devem seguir um planejamento mais longo e abrangente do que pontual.
O primeiro item do seu planejamento deve ser o estabelecimento de seus objetivos financeiros, que devem ser datados e valorizados. Em outros termos, estabeleça quando pretende atingir o seu objetivo e qual o seu valor. Com isso estabelecido, você pode aferir o grau de risco aceitável e, assim, decidir em quais classes de ativos serão aplicados os recursos.
Desta forma, as decisões que envolvem as alterações de cenário de curto prazo são mais fáceis de serem tomadas. Neste momento é essencial o planejamento mais rigoroso porque as incertezas não são somente de natureza monetárias, como o caso dos juros, mas há questões políticas importantes que podem prejudicar o ajuste fiscal e isto pode trazer sérias consequências para o mercado.
Além disso, há incertezas vindas do mercado internacional com a eleição de Donald Trump e a possível elevação dos juros nos Estados Unidos. Independentemente da questão de curto prazo, pensar em investir em renda fixa atrelada à inflação é uma boa opção, bem como considerar uma carteira bem diversificada que contenha uma parcela de renda variável.
Não estou conseguindo achar com o meu gerente LCIs tão interessantes como há um ano. Devo adquirir esses títulos mesmo assim ou há opções mais atraentes?
A taxa básica de juros da nossa economia, a Selic, está 0,5% mais baixa do que um ano atrás. Portanto, as ofertas de taxas para investimentos devem estar mais baixas agora e provavelmente não serão encontradas LCIs com rentabilidade como no ano passado. Por outro lado, a sua decisão de investimento não pode ser baseada nas taxas de períodos passados. A economia é dinâmica e, qualquer que seja o tipo de investimento, a decisão envolve o futuro e não o passado. A sua decisão deve ser tomada à luz da comparação objetiva com as alternativas de aplicações que você dispõe.
Atualmente no mercado, há muitas opções interessantes para o investidor. Como você está se referindo à renda fixa, busque opções entre CDBs, LCIs, LCAs, Letras de Câmbio, Tesouro Direto e fundos. Compare as ofertas lembrando de descontar os custos e o imposto de renda, lembrando que LCI e LCA são títulos isentos. Amplie sua busca para corretoras e fintechs, essas instituições estão com muito boas ofertas, em regra acima da média dos bancos tradicionais.
Hoje há bancos de investimentos tradicionais também entrando no mercado online, com a redução de custos e maior agilidade. Considere, ainda, o fato de que renda fixa de bancos é garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), em até R$ 250 mil. Caso você tenha dúvida se o título em que você pretende investir é garantido, é possível consultar o site do FGC (fgc.org.br). Também é interessante verificar se há registro do produto na Cetip.
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