O malte e os barris de carvalho são parte da história e do cenário da Escócia. Isso explica porque deixar a Escócia é algo impensável para as destilarias que produzem uísque. Estar no país é o principal diferencial para o setor que exporta 40 garrafas por segundo. A indústria prefere manter certa distância da polêmica sobre a independência que será tema de plebiscito nesta semana. Pedem, porém, garantia das condições para continuarem exportando.
Por ano, o setor embarca £ 4,3 bilhões - R$ 16 bilhões - em uísque para o mundo
"Esta indústria está em uma posição especial no debate. Nós só podemos fazer o uísque escocês na Escócia e as nossas marcas estão indissoluvelmente ligadas ao país", diz o chefe-executivo da Associação do Uísque Escocês, David Frost. A entidade que representa quase 60 destilarias desistiu do discurso crítico à independência adotado há alguns meses. Com a subida das intenções de voto no "sim", o grupo adotou tom mais cauteloso e a entidade diz que "seja qual for o resultado, nós estaremos comprometidos a trabalhar com o governo para conseguir o crescimento econômico sustentável".
A grande preocupação das destilarias é exportar. A indústria emprega 10 mil pessoas diretamente e outros 35 mil trabalhadores estão ligados indiretamente, diz a associação. Os números são grandes e governantes sabem da importância do setor que gera 1 bilhão de libras em impostos por ano. "Nós acompanhamos o tema para garantir que a Escócia independente possa ter um ambiente comercial, regulatório e exportador pelo menos tão favorável como o visto atualmente", cobra o chefe da associação.
Uma das maiores empresas de bebidas do mundo já informou que não fará como os grandes bancos e promete não deixar a Escócia em caso de vitória do "sim". Fabricante de várias marcas como Buchanan's, J&B, Johnnie Walker e White Horse, a Diageo já disse que não deixará o país que é berço da bebida. O presidente da companhia, Ivan Menezes, disse que a companhia "não pode deixar a Escócia" e que a empresa está no país "para ficar".