LONDRES - Os pilotos da companhia aérea portuguesa TAP aprovaram na noite de quarta-feira o indicativo de greve contra o processo de privatização da empresa. O chamado "pré-aviso" aponta para a paralisação da TAP entre os dias 1º e 10 de maio se os pedidos dos trabalhadores não forem atendidos. A direção da aérea reagiu e afirma que o caminho adotado pelos pilotos pode ser "perigoso". A TAP é a empresa aérea com mais voos entre o Brasil e a Europa.
Na noite de quarta-feira, 15, uma assembleia que contou com mais de 300 pilotos aprovou com ampla maioria a indicação de greve para o início do próximo mês. Na reunião, 80% dos presentes apoiou a paralisação. O sindicato dos pilotos argumenta que a TAP não cumpre dois acordos em vigor. O primeiro previa atualização de alguns benefícios salariais. O segundo compromisso previa que, em caso de privatização, 20% das ações deveriam ser oferecidas inicialmente aos pilotos.
A greve deverá prejudicar passageiros brasileiros, já que a empresa portuguesa opera mais de 80 voos semanais entre Portugal e 12 cidades no Brasil: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
A direção da empresa aérea presidida pelo brasileiro Fernando Pinto lamentou a indicação de greve. Para a companhia, os empregados estão sendo "insensíveis aos apelos de bom senso" e a opção pela greve pelo período citado poderia conduzir a empresa "a um caminho perigoso". A greve de dez dias poderia ter efeitos dramáticos para as contas já combalidas da estatal portuguesa enquanto o governo corre para tentar vender a empresa ainda neste semestre.
Trecho de reportagem publicada no Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado