Mercado de cibersegurança

Smartphones e tablets corporativos expandem mercado de cibersegurança

PUBLICIDADE

Por Daym Sousa
Atualização:

Camila Ramos e Lucas Hirata

 Foto: Estadão

PUBLICIDADE

O crescente uso corporativo de tablets e smartphones abriu as portas para mais riscos de ataques e vírus e, consequentemente, para novas oportunidades de negócios no mercado de segurança cibernética. Hoje, nove em cada dez companhias no mundo já permitem o uso dos dispositivos para fins de trabalho, segundo uma pesquisa global da consultoria Gartner, um movimento que deve impulsionar o mercado de cibersegurança. Esse setor deverá movimentar R$ 243,6 bilhões no mundo até 2017, um crescimento médio de 11,3% ao ano em relação aos R$ 129,2 bilhões movimentados em 2011, estima a consultoria MarketsandMarkets.

Ao mesmo tempo em que o mundo corporativo usa cada vez mais os dispositivos móveis, esses aparelhos passaram a ser fonte de preocupação para as empresas. Um levantamento da fabricante de softwares de segurança Symantec junto a empresas brasileiras revela que 39% veem a mobilidade como um dos três maiores riscos de tecnologia da informação.

Embora os riscos sejam maiores, o cenário é de que as companhias já estão atentas para barrar ou ao menos evitar quebras de segurança. Enquanto 82% das empresas brasileiras estão discutindo aplicações móveis personalizadas e 67% já estão executando aplicações de negócios. No mercado de pequenas e médias empresas, a consciência é maior: 58% dos empresários do setor disseram saber dos riscos oferecidos pelo uso de smartphones no ambiente de trabalho.

Segundo o especialista em segurança da consultoria Symantec, Luis Faro, os dispositivos são mais vulneráveis porque estão sempre conectados a redes sociais e induzem ao download de uma infinidade de aplicativos. "Muitos hackers utilizam o fato de você conhecer alguém na rede social para publicar um link que gera uma ameaça", explica. Além disso, a prática de funcionários usarem seus dispositivos pessoais para usos profissionais aumenta a insegurança.

Publicidade

Custos

Uma quebra de segurança em um dispositivo móvel - que pode se dar desde o roubo de um aparelho até um ataque cracker sofisticado (ver tabela abaixo) - tem consequências mais graves do que somente o valor do aparelho extraviado. Considerando eventuais perdas de dados e vazamento de informações corporativas confidenciais, a Symantec calcula que cada empresa no Brasil perca, em média, US$ 296 mil por ano, valor equivalente a 148 iPhones 4S.

A situação é particularmente delicada no caso de instituições que gerenciam recursos financeiros ou lidam com grandes volumes de transações diárias. De acordo com dados mais recentes divulgados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), só no primeiro semestre de 2011 os bancos brasileiros perderam R$ 685 milhões com fraudes eletrônicas, um aumento de 36% com relação ao mesmo período do ano anterior.

Para diminuir as fraudes, o Banco do Brasil (BB) investiu em ferramentas próprias para garantir a saúde virtual dos clientes - e de seu próprio caixa. Uma delas é o BBCODE, um aplicativo no smartphone que permite ao correntista verificar e confirmar qualquer transação feita via internet banking. Esses recursos evitam o chamado ataque "man-in-the-middle", em que um criminoso intercepta os dados do usuário para usá-los por conta própria. "Não existe bala de prata. Segurança é um processo, é preciso estar sempre um passo à frente do criminoso", diz o gerente da gestão de segurança do BB, Luiz Martins.

Além das soluções próprias, há empresas que contratam os serviços de desenvolvedores terceirizados. É o caso da corretora de imóveis rurais BrasilAgro, que realiza quase todas as operações de venda e liberação de orçamento por meio de aparelhos Blackberry. Para se proteger de quebras de segurança e vazamento de informações, a empresa se uniu à Navita, companhia especializada em softwares e serviços para a área de mobilidade, para desenvolver um aplicativo que permite a realização de operações com menor risco. A ferramenta permite aos executivos fazerem orçamentos e requisições e autorizações de compras de terrenos longe do centro comercial, em São Paulo. De acordo com o executivo Gustavo Lopez, o aplicativo, que já é usado na maioria das operações da empresa, permite rápida coordenação com representantes locais para comparação de preços de diferentes terrenos no Brasil, o que agilizou as vendas.

Publicidade

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.