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Sempre há um caminho pelo meio

Domingo

No domingo pela manhã, uma pausa no hard news econômico para uma poesia.

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Por João Villaverde
Atualização:

Aquarela.Toquinho. .

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Numa folha qualquer eu desenho um sol amareloE com cinco ou seis retas é fácil fazer um casteloCorro o lápis em torno da mão e me dou uma luvaE se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuvaSe um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papelNum instante imagino uma linda gaivota a voar no céu

Vai voando, contornando a imensa curva norte-sulVou com ela viajando Havaí, Pequim ou IstambulPinto um barco a vela branco navegandoÉ tanto céu e mar num beijo azul

Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grenáTudo em volta colorindo, com suas luzes a piscarBasta imaginar e ele está partindo, sereno e lindoE se a gente quiser ele vai pousar

Numa folha qualquer eu desenho um navio de partidaCom alguns bons amigos bebendo de bem com a vidaDe uma América a outra consigo passar num segundoGiro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo

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Um menino caminha e caminhando chega no muroE ali logo em frente a esperar pela gente o futuro estáE o futuro é uma astronave que tentamos pilotarNão tem tempo nem piedade nem tem hora de chegarSem pedir licença muda nossa vidaDepois convida a rir ou chorar

Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que viráO fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai darVamos todos numa linda passarelaDe uma aquarela que um dia enfimDescolorirá

Numa folha qualquer eu desenho um sol amareloQue descoloriráE com cinco ou seis retas é fácil fazer um casteloQue descoloriráGiro um simples compasso e num círculo eu faço o mundoQue descolorirá. .

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A sugestão de hoje veio da amiga Bruna Bittencourt, que cantou muito "Aquarela" na infância. Obrigado, Bruninha!

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Um ótimo Domingo a todos!

 

 

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