O Banco do Brasil também tem recebido anabolizantes nos últimos anos. Os lances mais recentes foram a compra da Nossa Caixa, controlada pelo governo de São Paulo, e a aquisição de 49% do capital do banco Votorantim. O banco ainda entrou no mercado imobiliário, no qual não atuava, e ganhou espaço no crédito durante a crise. Outra ideia do governo seria transformar a Eletrobrás em uma megaempresa de energia. Além de manter o controle sobre as Chesf, Eletronorte, Furnas e Eletrosul, a estatal deve buscar realizar investimentos no exterior, como já faz a Petrobras, e apostar em energias consideradas mais "limpas". Aparentemente, este fortalecimento das empresas estatais tem ocorrido sem maiores atritos com o setor privado. Até agora, o governo não estatizou empresas privadas. Ou seja, não está em curso algo nem minimamente parecido com o que ocorre na Venezuela de Chávez, por exemplo. O ativismo do governo brasileiro tem sido orientado para o crescimento das estatais já existentes, além do restabelecimento de uma, a Telebrás, que estava praticamente inativa. Do ponto de vista de uma visão mais liberal da economia, este revigoramento do Estado, ainda que sem os desvarios de um Chávez, não é positivo. Afinal, mesmo sem estatizar empresas privadas, o governo está ganhando um poder muito maior de ingerência na economia em segmentos fundamentais para o desenvolvimento do País, como petróleo, energia, crédito e telecomunicações. De todo modo, se é para temer a pregação "pró-Estado" de Dilma, não é preciso esperar. Muito do que ela fala sobre o "Estado forte" já virou realidade.