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Por Redação
Atualização:

A cobertura jornalística da economia brasileira é extensiva, talvez em excesso. Mas, do ponto de vista da escolha dos temas e do conteúdo das análises é um samba de uma nota só. Raras, raríssimas exceções, fogem do esquema de um pensamento neoliberal primitivo. Uma pobreza.

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Um outro olhar, menos reverencial e, ao mesmo tempo, menos sectário, pode interessar aos leitores e é isso que nos esforçaremos, a partir de hoje, para produzir neste espaço de debates de idéias econômicas.

Desde logo, é bom deixar claro que não se trata de torcer o nariz para as chamadas livres forças do mercado. Se deixado operar em razoável liberdade, o mercado é, certamente, uma das maneiras mais eficientes de alocar recursos escassos.

Mas isso quando todos na sociedade estão habilitados a jogar o jogo em igualdades de condições. Na presença de desequilíbrios sociais no acesso aos bens e serviços, a convicção do autor é a de que os mecanismos de mercado mais aprofundam do que amenizam as desigualdades.

O fato é que não se pode exigir do mercado o que ele não está preparado para resolver. Se o mecanismo evoluiu o suficiente para, de um modo geral, equacionar o problema da produção, a questão crucial da distribuição e do acesso ao que é produzido passa longe de suas atribuições.

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Exemplo dramático: a produção de alimentos no mundo é hoje suficiente para assegurar as calorias diárias necessárias à sobrevivência digna de todos os viventes do planeta, mas ainda há quase um bilhão de famintos sobre a face da Terra - uma vergonha diante da qual as pessoas de bem não podem se conformar. Sem políticas públicas ativas e afirmativas, como eliminar a mancha terrível?

Em resumo, a política econômica que o blog pretende criticar é aquela que só tem olhos para o "investment grade", só pensa no ajuste fiscal e não se preocupa com as pessoas que formam a sociedade. A política econômica só faz sentido quando objetiva reduzir, se não eliminar, as injustiças sociais, e também estender ao maior número possível de pessoas o bem-estar social.

* * *

Embora o autor continue sozinho na coordenação da aventura, no novo blog haverá abas próprias para diversas categorias de colaboração: colaboradores propriamente ditos, convidados e correspondentes. E mais uma aba, que abrigará textos e estudos.

A idéia é formar, aos poucos, uma comunidade que ofereça pautas e conteúdo para o debate da economia brasileira e de sua inserção mundial. Especialistas e pesquisadores, assim como jornalistas, serão convidados a escrever ou, resumindo trabalhos e pesquisas, multiplicar conhecimentos na aba "convidados".

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CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Pretende-se montar também uma rede de "correspondentes" - especialistas e jornalistas que, em diversos pontos do exterior, tenham capacidade de observar a cena econômica com olhar brasileiro. Aos comentaristas do blog, além da tradicional janela de comentários, estará à disposição a aba "colaboradores", com a qual se imagina estimular a produção, diretamente pelos comentaristas, de análises mais densas, mas não necessariamente mais longas.

Detalhe importante: não haverá moderação ou censura de qualquer espécie nos comentários, exceto as vedações por ferramentas automáticas do IG. Para começar, no modo de ver do autor, qualquer tipo de restrição ou critério de aprovação é arbitrário e, no mínimo, insuficientemente transparente. Além disso, a experiência permite acreditar que conteúdos respeitosos e honestos repelem baixarias e agressividades tolas. E que, conscientes das vantagens de um debate produtivo de idéias, os próprios comentaristas tratam de manter o espaço organizado e decente.

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