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Por Redação
Atualização:

À luz dos dados do Censo de 2010 agora divulgados pelo IBGE, é impossível dar de barato as transformações econômicas, com ênfase na distribuição de renda, ocorridas na última década. Conforme análise do colega José Roberto de Toledo, publicada no Estadão deste domingo, em 95% dos municípios brasileiros houve ganhos reais de renda entre 2000 e 2010. Com o relevante detalhe de que os avanços foram proporcionalmente maiores nas localidades mais pobres das regiões mais pobres.

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Não se pode também dar de barato a contribuição das condições favoráveis da economia internacional, assim como a base de estabilidade monetária e as melhorias institucionais herdadas do governo FHC, para o resultado auspicioso. Mas desprezar o peso fundamental das políticas de renda bem implementadas no governo Lula é coisa para quem se satisfaz em olhar o mundo com os óculos escuros das divergências políticas ou ideológicas.

Há um efeito estatístico no novo quadro da renda e de sua distribuição Brasil afora. Era tal a pobreza na imensa maioria dos municípios do Norte e Nordeste, por exemplo, que os pequenos progressos verificados em termos absolutos resultaram em grandes saltos em termos relativos. Constata-se também que, se ocorreram avanços importantes, as distâncias para um País menos desigual ainda são marcantes.

A lição dessa história é que, se muito ainda precisa ser feito, o caminho trilhado na última década é um bom guia para o que fazer. Isso quer dizer manter - e tanto quanto possível ampliar - programas focados e eficientes de transferência condicionada de renda e resistir ao canto das sereias da resistência à desconcentração da renda, que insiste em desqualificar a importância dos aumentos reais do salário mínimo e não reconhece o valor distributivo da Previdência brasileira.

E dar mais duro na direção de suprir, com eficácia nos objetivos e eficiência nos gastos, outros elementos essenciais da saída estrutural da pobreza - educação de muito mais qualidade e condições decentes de moradia.

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