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Por Redação
Atualização:

O Relatório de Inflação do primeiro trimestre de 2014, divulgado ontem pelo Banco Central, aproximou as projeções do BC para a trajetória da inflação e da variação do PIB das previsões do mercado. No seu cenário de referência, a variação do IPCA, em 2014, subiu de 5,6% para 6,1% e a do crescimento da economia recuou de 2,3% para 2,0%.

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Algumas variáveis mencionadas no documento ajudam a entender a piora apontada no quadro econômico de 2014. No caso da inflação, os choques de oferta de produtos agropecuários, provocados pela longa estiagem deste verão, combinados com a expectativa de uma maior desvalorização cambial, ocupam a linha de frente das novas e pioradas projeções. Mas é preciso adicionar outras expectativas de alta de preços ao cenário de uma inflação no nível de 6% ao ano, mês a mês, até o fim de 2014, com boas possibilidades de que, no meio do caminho, o teto da meta seja superado.

Uma das mais importantes dessas variáveis são os preços administrados - tarifas públicas, preços de combustíveis etc . -, que respondem por pouco menos de 25% da inflação ao consumidor medida pelo IPCA. Em relação ao Relatório de Inflação de dezembro, as projeções do BC, para a alta desses preços, reprimidos em boa parte de 2013, subiu de 4,5% para 5%, tanto em 2014 quanto em 2015. Detalhe importante: boa parte dessa elevação se deveu ao avanço da projeção de alta nas tarifas de energia elétrica - de 7,5%, no relatório anterior, para 9,5%, no de março.

Ao avaliar o Relatório de Inflação do primeiro trimestre, os analistas foram unânimes em reconhecer que o BC sinalizou uma extensão do ciclo de alta das taxas básicas de juros além da reunião do Copom, na próxima semana. No relatório, é verdade, o BC reforçou a mensagem de que a política de juros está produzindo efeitos, mas que estes se apresentam com atraso, o que é uma indicação de que o ciclo de alta dos juros não se manterá a perder de vista. Mas, depois da divulgação do documento, já é quase impossível encontrar quem ainda acredite que os juros não subirão, nas decisões do Copom em maio e mesmo julho, para 11,25% ou 11,5% ao ano.

 

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