Fed: está de bom tamanho

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Por Redação
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O Comitê do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), o Copom americano, decidiu, nesta quarta-feira, manter, por mais um período, os juros de referência da economia americana no intervalo entre 0% e 0,25% ao ano. Os juros de referência serão mantidos neste nível mínimo até pelo menos novembro. Mas muito analistas preveem que só deverá haver um aumento no ano que vem.

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No comunicado em que anunciou a decisão e na entrevista de Ben Bernanke, presidente do Fed, que se seguiu à divulgação do comunicado, ficou claro que não haverá prorrogação no chamado "afrouxamento monetário quantitativo" (QE2) que, em sua segunda etapa, terminará no prazo previsto, em 30 junho, com a conclusão da recompra pelo Fed de US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro.

Importante ressaltar que o programa de injeção de recursos não será prorrogado nem ampliado, mas isso não significa que cessará a reinversão na economia dos recursos resultantes das amortizações dos títulos do Tesouro. É menos liquidez, mas não uma seca.

Bernanke reconheceu que a economia americana se recupera em ritmo mais lento do que imaginado quando o plano de injetar dinheiro foi concebido, mas considera que o programa de injeção de dinheiro deu o que tinha de dar. Agora, o que vai fazer a economia andar para frente, sem maiores pressões inflacionárias, será o juro baixo.

O Fed está prevendo uma pequena redução do desemprego para este ano e o próximo e um crescimento, em 2011 e 2012, menor do que o estimado até abril por seus diretores.

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Sinais de algumas pressões inflacionárias parecem ter colaborado para a decisão de encerrar o bombeamento direto de dólares na economia. As previsões do Fed para a inflação subiram em comparação com os números divulgados depois da última reunião do Fomc. Agora, os diretores do Fed preveem inflação de até 2,9%, em 2001, e de 2%, a meta informal, em 2012. Mas nada que eles considerem fora de controle.

Em resumo, o Fed considera que a economia crescerá menos, com um pouco mais de inflação, mas, diante das circunstâncias, até que está de bom tamanho.

Apesar dos riscos e dos temores que um QE3 pudesse produzir na economia global, o encerramento não prorrogável do QE2 também lança no ar medos e incertezas. As primeiras análises preveem um novo período de instabilidade nos mercados, antes de uma acomodação. Em função das tendências de alguma valorização do dólar, novas quedas nas cotações de commodities e do euro entraram na mira dos analistas.

Os analistas imaginam também que investidores internacionais podem reduzir a pressão sobre os mercados emergentes. Mas ainda é muito incerto em que nível isso se dará.

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