O czar dos juros assume o posto

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Por Redação
Atualização:

por Mario de Almeida*

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Discreto, quase avesso a holofotes, o presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Ben Bernanke, acaba de conquistar, de fato, aos 54 anos, a liderança indiscutível na lista das personalidades com mais influência no mundo dos negócios. A expectativa que antecedeu o pronunciamento regulamentar desta quinta-feira, no Capitólio, bem como a forte queda nas ações que sucedeu o seu discurso, expressou a submissão dos operadores financeiros à figura do czar dos juros e, mais ainda, seu temor em vista das reticências manifestadas sobre o provável desempenho econômico dos próximos meses. Dessa forma melodramática, está confirmada a ascendência do sucessor de Alan Greenspan, quase dois anos depois de ter assumido o leme no Fed.

É supérfluo investir em conjeturas sobre a personalidade algo sorumbática do professor Bernanke. Seu mandato no posto mais alto do Federal Reserve Bank vai até 31 de janeiro de 2018 e, entre os costumes de Washington, não figura o da decapitação de autoridades com mandato fixo. Portanto, o remédio é pesquisar o que se passa na cabeça do comandante da política monetária da nação mais poderosa do planeta.

Para isso, nada melhor e mais prático do que ler o perfil meticuloso que lhe preparou o jornalista Roger Lowenstein, para a edição deste domingo da revista dominical do The New York times, sob o título "A educação de Ben Bernanke" (aqui, em inglês).

Durante quase um ano inteiro, o experiente e talentoso Lowenstein, antigo repórter do "The Wall street Journal", onde também escreveu a coluna "Inside Wall street", correu atrás de Bernanke, juntando impressionante coleção de opiniões e de fatos sobre a carreira do perfilado. Provavelmente, é o roteiro de um futuro livro. Mas já existe material suficiente para entender como opera a mente do chefão daqueles dezessete personagens que, reunidos oito vezes por ano na sede do Fed, em Washington, traçam a política de juros básicos dos Estados Unidos da América.

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(*) Mario de Almeida é comentarista do "Jornal da Gazeta" e ex-diretor de redação do jornal "Gazeta Mercantil" e da revista "Istoé".

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