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Por José Paulo Kupfer
Atualização:

Eu mesmo já falei mais de uma vez, aqui no blog, sobre o superávit fiscal primário do primeiro trimestre deste ano, confirmado, nesta sexta-feira, pelo Banco Central. Esses quase R$ 40 bilhões de superávit, que representam 4,2% do PIB, é um número forte, embora com origem principal no aumento da arrecadação.

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As receitas subiram 12%, no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o primeiro trimestre de 2010 e devem fechar o ano com crescimento perto de 10%, pelo menos o dobro da variação do PIB. Em outras palavras, a carga tributária vai aumentar mais um pouco.

Faltou comentar, nos textos aqui no blog, o peso das despesas com juros no conjunto das contas públicas. O mínimo que se pode dizer é que um fardo e tanto. Os gastos com juros da dívida pública, por conta da evolução da inflação e da taxa de juros nos últimos tempos, foram bater, no primeiro trimestre de 2011, quase em R$ 60 bilhões (R$ 15 bilhões a mais do que no primeiro trimestre do ano passado). Ou seja, os juros comeram todo o superávit primário e ainda deixaram sobra para engordar a dívida. Em 12 meses, os gastos com juros elevaram-se a mais de R$ 200 bilhões, equivalentes a 5,5% do PIB.

Ainda assim, o déficit público nominal registrado no primeiro trimestre representa 2,7% do PIB. Nem chega aos 3% do PIB estabelecidos no Tratado de Maastricht como limite para os países que aderissem à União Européia. E nem chega perto dos déficits que os países desenvolvidos, com raras exceções, passaram a carregar depois da crise de 2008.

* * * As contas públicas no primeiro trimestre foram o assunto da conversa com a colega Letícia Bragaglia, na TV Estadão, nesta sexta-feira. Assista e comente:

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