Um Nobel para estudos sobre imperfeições de mercado

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Por Redação
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Da trinca ganhadora do Prêmio Nobel de Economia de 2010, anunciado nesta segunda-feira, Peter Diamond, 70, estrela do MIT, de onde se aposentou há apenas alguns meses, é de longe o mais reputado. Segundo muitos, estava há tempos na fila. 

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Não deixa de ser um bom momento para a premiação. Diamond e seus colegas Dale Mortensen, 71, da Northwestern University, e o cipriota-britânico Christopher Pissarides, 62, da London School of Economics, venceram pelo desenvolvimento de pesquisas e teorias a respeito de imperfeições em determinados mercados, notadamente o mercado de trabalho.

Depois de setembro de 2008, quando as certezas sobre a atuação eficiente dos mercados foram atropeladas por uma crise sem precedentes em mais de seis décadas, faz sentido colocar sob holofotes estudos que procurem estabelecer os custos e as dificuldades de seu funcionamento. Mesmo que esses estudos obedeçam à lógica dos mercados eficientes e concluam, sem surpresas, pelas vantagens relativas das desregulações. E não sejam uma unanimidade na comunidade acadêmica.

Adepto da chamada "economia comportamental" - uma aproximação da economia com a psicologia, que já rendeu um Nobel a Daniel Kahneman e Vernon Smith, em 2002 - e especialista em políticas previdenciárias, Diamond fez parte do grupo de economistas que assessorou o governo chinês numa reforma do seu sistema de seguridade social, em 2004. Dedicou-se depois a temas na área de política tributária. Recentemente, passou a se interessar por política monetária.

Esse interesse mais recente não foi suficiente para que sua indicação a um cargo no Federal Reserve Board fosse aprovada pelo Senado. A indicação, feita pelo presidente Barack Obama no primeiro semestre, foi devolvida à Casa Branca, sendo reapresentada por Obama em setembro. Deverá ser reapreciada na volta dos parlamentares do recesso para as eleições legislativas deste ano.

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