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Opinião|A mãe suficientemente boa

texto por Livia Zillo

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Atualização:

Atendo clientes em posições de liderança que são mães, e sim, um dos maiores pontos levantados é como lidar com a profissão mãe e a profissional, seja ela empreendedora, gerente, CEO, entre outros.

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A mulher que trabalha e é mãe tem dois empregos, ela precisa educar, vestir, alimentar, dar carona, dar atenção, dar bronca, deixar de castigo, entre mil outras mãe-tarefas, e precisa liderar a equipe, entregar resultados, fazer reuniões, estar presente em jantares, atender o chefe, planejar as férias, enfim, UFA...sim, pare e respire. E é exatamente como essas mulheres se sentem, sem respirar.

Olhando do ponto de vista sistêmico, um filho é mais uma relação que chega para somar. Ele faz parte desta dinâmica, mulher-trabalho-mãe, no entanto a cobrança interna (e externa) de cada mulher torna essas relações muito mais difíceis do que devem ser. A culpa de não estar totalmente presente no trabalho, nem com as crianças gera uma insatisfação e a sensação de que sempre está faltando algo, e assim a mulher vai se sentindo devedora e no meio do caos, onde nada está bom, mas ela não consegue modificar suas relações.

Tudo isso parece meio óbvio, mas e então como se adaptar a estas novas inter-relações?

O primeiro passo é não olhar para tudo isso de maneira linear, tudo está se relacionando, sua maternidade com você, com o seu trabalho, seus filhos com você e com o seu trabalho, e finalmente você com você e você com o seu trabalho. Em seguida é importante entender que você está dando o melhor de si mesma, tanto para seus filhos como no trabalho, e que as coisas não deveriam nem poderiam ser diferentes. E por último e mais importante, é preciso abrir mão da perfeição, como explica o psicanalista Donald Winnicott a mãe que tenta ser perfeita acaba sofrendo mais, pois suas expectativas acabam sendo frustradas, por isso a mãe deve ser apenas suficientemente boa, ou seja, aquela mãe que frustra o filho mostrando que ele não terá seus desejos atendidos imediatamente, mas que também mostra que existe um tempo de espera e um limite, e que ele não é sua extensão. Isso cria seres humanos resilientes.

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E você, tem tentado ser uma mãe perfeita ou suficientemente boa?

 Foto: Estadão

Livia Zillo mãe do Lucca, empreendedora, sócia da Claúdia Gonçalves na Ikigai, enérgica e comprometida com o "esclarecer". Sem rótulos, e em tom de bom humor espontâneo e uma postura que provoca a escuta ativa e a fala presente, essa coach com MBA em Gestão de Projetos, formação em Coaching Ontológico, Liderança e Neuro-sistêmico, e especialista em linguagem corporal, conecta a sua contribuição para o mundo com as relações do comportamento humano.

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livia@ikigai.etc.br

Opinião por Claudia Miranda Gonçalves
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